Capítulo 20

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NATHANIEL

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NATHANIEL








Acordei com uma imensa enchaqueca, era cedo da manhã quando fui para a mini cozinha da nossa casa dentro do hotel. Peguei alguns remédios e chamei o serviço de quarto.

Já haviam se passado mais de quinze minutos quando resolvi chamá-la. Sabia que ela estava acordada, então não corria risco de vida. Não por enquanto.

-Kat - bati na porta duas vezes e coloquei metade do corpo para dentro do quarto. Katherine estava sentada na cama, com os cabelos bagunçadamente presos. -Venha tomar café comigo - pedi baixo, não sabendo guiar a voz para um tom casual de todos os dias. A felina sorriu para mim. Seus dentes pequenos pareciam diamantes reluzindo sob a luz do sol.

-Como você está? Não parece muito animado - ela diz divertida, e o seu rosto perfeitamente angelical parecia como uma prova que eu precisaria enfrentar. Sua voz me dava malditas fincadas no peito.

-Estou bem, só estou um pouco cansado - disse por fim, sem conseguir deixar de servir um copo de uísque.

-Você bebe até no café da manhã? - sua pergunta era um deboche disfarçando um "você precisa parar com isso".

-Me faz bem, eu acho - disse me notando questionar algo que eu faço a vida toda. Não sei porque eu faço, eu simplesmente faço. É como inércia, algo sem explicação, mas completamente natural. Kat riu como tivesse escutado minha explicação mental, e então eu apenas parei olhando para ela. Por alguns segundos, por longos segundos.

-Por quê está me olhando assim? - ouvi sua voz fazendo-me voltar para a terra, e novamente pego no flagra, me obriguei a rir.

-Porque você é linda - merda! Mordi a língua assim que as palavras deixaram minha boca, mas quando bem observado, é a mais pura verdade, a coisa mais natural a se dizer.

Notei-a ficar corada, abaixando os olhos para o próprio colo, explicitamente tímida. O que é isso agora? Katherine nunca agiu assim antes.

Me sinto um sujo fodido por tê-la convencido de cair no plano. Chamei-a para um café, conversei, elogiei, mas tudo porque eu realmente queria isso, e apenas resultou nela rendendo-se a minha armadilha. O quão mau isso me faz? Porra!

Daniel me notificou que o velho imundo caiu como um pato. Burro demais para estar endividado. Ele já estava a caminho de Nova Iorque quando deixei Katherine em sua boutique e fui para a boate onde Daniel esperava pelo verme. Sinto suor passear por minhas costas, não acreditando que depois de 29 anos eu iria revê-lo. Maldição! Parece que as perguntas se fundem e apenas surgem ainda mais. Por que diabos encontrá-lo agora me deixa neste estado?

Paro meu carro no estacionamento e caminho em direção ao meu irmão. O garoto parece nervoso demais para aguentar o próprio peso sobre as pernas nos próximos minutos.

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