Capítulo 29

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NATHANIEL

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NATHANIEL



-E por quê Gina ainda não os levou para os quartos? - Já era quase meio dia quando deparei-me com as caixas das novas roupas de cama para o Empire, fui até a recepção e para minha total indignação, a camareira responsável pelo serviço sequer estava cumprindo seu expediente.

-Eu disse à ela que poderia fazer, senhor. Daqui a pouco ela está chegando. - Mike respondeu-me responsabilizando-se pelo trabalho à ser feito.

-Tudo bem. - Torci o lábio, pensando no que fazer quanto a nova funcionária. -Deixe o material atrás do balcão, por favor - Indiquei o lugar para o entregador das mercadorias que descarregava lençóis e coisas do tipo para o hotel.

Sento-me no sofá de espera, no meio do salão. Eu sei que o clima fica estranho assim sempre que eu apareço, os funcionários esquecem como fazerem o próprio trabalho, e foda-se, não irei questionar isso agora.

A garota está atrasada, porra!

Combinei que iríamos almoçar em um destes restaurantes que ela marca suas reuniões para os sócios e funcionários da boutique, e mesmo que o clima "família" não me agrade, não deixa de parecer correto aos meus olhos.

Honestamente, não subestimo a capacidade de jogar baixo que os malditos Brusts possuem, e a hipótese alertando algo fodido para cima de Katherine me mantém inerte. Pensar numa mísera possibilidade me desestabiliza de um modo que eu sequer achei que fosse possível. Brust está quieto demais para quem declarou guerra às Indústrias Bruce, e sua visita relâmpago ao hotel deixou-me num grau de vigia extremo, eu certamente irei estourar seus miolos com minhas próprias mãos caso ele tente algo mais fodido que a tal prova de contrabando.

Oh merda!

Sinto que mil toneladas de aço foram retiradas do meu peito quando vejo meu motorista deixá-la na porta do hotel.

Levanto-me e vou até ela, tomando a posto do segurança para abrir a porta de vidro.

-Nat. - Seu cumprimento discreto e formal não me agradou em nada, tive um lado do rosto selado por seus lábios e fechei os olhos com força guardando qualquer repreensão que poderia direcionar à ela.

-Kat. - Analisei-a da cabeça aos pés e não foi preciso muito para qualquer um que estivesse no térreo deixasse-nos à sós.

-Você está fodidamente atrasada - sorri de lado, acompanhando-a até a porta.

-Você é sem dúvidas o cara mais romântico que eu conheço - droga de mulher que me faz rir na frente dos meus funcionários.

-Tenho pena dos seus outros relacionamentos - Disse divertido, ela riu alto, abanando a mão para eu parar.

-Espere, espere, espere - A chamo antes de deixarmos o hotel, e toco meus bolsos buscando os envelopes que enviaria para Kaio.

-O que foi? - Kat perguntou revirando os olhos.

-Vou subir, deixei uma coisa no quarto - avisei voltando para o salão.

-Não podemos buscar depois? Eu estou com fome - Sua expressão era de uma absoluta menina, Kat fez uma careta estranha que fez-me rir.

-É rápido - Toquei seu ombro, afastando-me. -Não quer vir comigo? - Perguntei em tom sério, e logo precisei rir quando notei seu olhar malicioso, levemente disfarçado. -É só pra você não ficar sozinha, garota - Defendi-me antes de ser acusado.
Kat riu alto, empurrando-me para o elevador.

Kat apertou o sétimo andar enquanto eu a observava. Não resisti, e puxei-a para mim.

-Nat - ela xingou-me, se afastando. -Pode entrar alguém à qualquer momento aqui - ela ri baixinho, provavelmente divertindo-se com nosso segredo. Era estranho perceber, mas somos adultos que mantém algo como uma relação -voltada à sexo- escondido.

Ouvi um barulho alto vindo do túnel acima do elevador. Katherine arregalou seus olhos azuis para mim e riu descontraída. Devolvi o riso e dei um passo para seu lado, fazendo meu ombro encostar no seu.

Eu pude sentir o exato momento em que o ácido queimante espalhou-se por minhas veias reverberando todo meu corpo. A sensação de vulnerabilidade sempre me assustou, mas tê-la ali enquanto deduzia a coisa fodida que aconteceria...

-Nat, o quê está acontecendo? - A garota juntou-se a mim quando o maldito elevador balançou, arrastando-nos para uma parede só.

Porra do caralho!

Ouvi o exato momento em que os cabos de aço soltaram-se fazendo aquela caixa bater como um liquidificador nas paredes do prédio. Os vidros foram estraçalhados em minhas costas quando cobri o rosto da menina com meu corpo.

A porra da fumaça fez-nos reprimir a respiração dentro da caixa de aço e vidros quebrados. Se tivessem contado-me em outros dias, jamais teria acreditado. O fodido chegou longe demais. Maldição do caralho, não posso acreditar numa situação dessas...

-Nat...- o sussurro sufocado de Katherine trouxe-me de volta à realidade.

-Porra do caralho. Você está bem? - Não afastei meu corpo do seu, eu sei que o pouco espaço ajudava a bloquear a passagem da fumaça para ela. Ergui seu rosto brevemente em minhas mãos, buscando alguma lesão, ou qualquer coisa, um fodido arranhão seria o suficiente para eu pôr toda aquela merda de empresa à baixo.

-Você está bem? Não afaste o rosto, amor - Sequer mantinha o pensamento coerente, a raiva e preocupação fodia meus malditos nervos de dentro à fora. Katherine agarrou-se em meus ombros, porra, tinha vidro pra todos os lados e com certeza suas mãos foram cortadas ao encostarem em minhas costas. Trouxe seu rosto para meu pescoço, impedindo-a de inalar a fumaça escura que já estava deixando-me tonto.

-Você está machucado, está sangrando. - Ela sussurrou algo entre as lágrimas quando prendi a maldita respiração. As sirenes eram mais audíveis e percebi que estávamos à salvo quando ouvi a voz de Kaio vindo de algum lado daquela fodida caixa.

-Nathaniel. - Ele gritou e eu chutei a lataria anunciando nossa presença ali.

-Sr. Bruce, há quantas pessoas no elevador? - Uma voz desconhecida ecoou grave para dentro da caixa.

-Eu e a garota - Gritei, cuidando para não afastá-la.

-Kat - Chamei quando sua cabeça pendeu para o lado.

-Porra, Kat - Sussurrei, sacudindo-a levemente.

-Katherine, por favor, abra seus olhos - A porra da tosse impediu-me de reanimá-la e no modo mais fodido possível, soube que nunca senti algo assim.

-Katherine - Esqueci minha raiva tentando fazê-la falar comigo. A garota estava desmaiada e eu mal conseguia respirar.

-Nathaniel. - Ouvi a porra do grito e não soube responder. -Nathaniel, afaste-se da porta, iremos abrir - A mesma voz grita, eu certamente matarei alguém se a garota não me responder.

-Tire a garota, porra. Tire a garota - Todo meu fodido sentimento foi transpassado no tom de voz trêmulo e alto.

-Porra, felina. Eu disse que te amo, não sei o que sou capaz de fazer se você não acordar. -sussurro segurando seu corpo colado ao meu, ela não reage, fazendo-me sentir um grande fodido.

Caralho da porra!

Cobri seu rosto com tanto desespero que sequer notei os fodidos ferimentos em suas pernas. Mil vezes merda.

-Tire minha garota daqui, porra.

Trilogia Invictos - Sr. Bruce - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora