Capítulo 27

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Fiquei durante alguns minutos a tentar controlar o meu interior, dançar com ele não seria assim tão difícil, mas oh, ele olhava para mim directamente daquela forma e eu não era capaz de me concentrar para seguir o ritmo da música por mais que tentasse, então preferi dar uma desculpa esfarrapada e estúpida.

- Eu não sei dançar! – berro por cima da música enquanto ele me arrastava mesmo para o centro das pessoas.

- Desculpa? – ele pergunta como se não entendesse o que eu acabei de dizer, o que era perfeitamente normal com toda a barulheira aqui dentro.

- Eu não sei dançar! – digo novamente mas mais perto de si e mais alto para me conseguir fazer entender.

- O quê? – ele volta a perguntar e ao reparar no seu sorriso pateta, percebo que estava a fazer de propósito. – El, durante toda a tua vida danças-te, melhor que ninguém para dizer a verdade, não me venhas com desculpas! – ri fazendo-me parar de me mover por completo, meu Deus, se ele tivesse noção do sorriso bonito que tem e do impacto que provoca às pessoas.

Não sei se me ei de sentir envergonhada pela sua simples expressão ou pelo fato de ele me ter elogiado, porque a verdade é que eu em tempos já me dediquei imenso à dança.

Num movimento rápido e inesperado, ele agarra em ambos os meus pulsos e coloca-os em redor do seu pescoço e em seguida agarra a minha cintura obrigando-me a seguir o seu ritmo, mas eu estava mais concentrada em conseguir controlar os meus batimentos cardíacos antes que ele notasse.

- Harry! – choramingo envergonhada e ele nesse momento afasta-se mas sem me largar, apenas para me poder encarar com um sorriso.

- Andamos a fazer progressos. – constata e aí eu apercebo-me de que disse o seu nome.

Estava prestes a mudar o meu estado de espírito quando ele em segundos me faz rodopiar e me puxa de novo para si com um sorriso doce nos lábios fazendo-me viajar para outra dimensão, quase me senti embriagada de sentimentos enquanto o observava detalhadamente, ele é tão bonito. Assim que estes pensamentos me passam pela mente, uma gargalhada sai de si enquanto sinto o seu caloroso e reconfortante aperto.

- Obrigada! – simplesmente diz e tudo em mim cai.

- E-eu di-disse isso alto? – pergunto num gaguejo totalmente atrapalhada.

- Isso o quê? – ri-se ainda mais como se gozasse comigo. Oh, eu não o iria repetir!

- Ah, pára! – resmungo escondendo a cabeça no seu peito que vibra com a sua gargalhada e nesse momento sinto que entramos num novo patamar de aproximação e confiança, quando ele envolve os seus braços ao meu redor com um riso realmente sincero e inocente continuando a dançar de um lado para o outro agarrado a mim.

Perdi a conta de quantas musicas dançamos, nem faço a mínima de quanto tempo passou, poderiam ter passado minutos, horas, que eu não saberia identificar, pois perdi-me nas ínfimas sensações que ele me transmite sem eu perceber bem como nem porquê. Sei que sou uma pessoa fácil de me apegar e deixar levar, mas o caso aqui existente não era só esse, era algo muito familiar que me fazia questionar constantemente dos porquês, mexendo um pouco mais que o normal com a minha cabeça.

Ele arregala-me os olhos quando uma versão mais mexida da Say You Won't Let Go de James Arthur, claramente alterada para discoteca, começa a tocar, ambos começamos a cantar o mais alto que conseguimos com os nossos copos de bebida na mão e é nesse momento que reparo na bonita voz que ele tem, já devia de ter calculado isso pela forma aveludada que fala, mas parece que ele não pára de me surpreender, era como caricias aos meus ouvidos, saia tão naturalmente e bem, acabei de descobrir que ele aprecia musica dentro do meu género.

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