Dias se passaram e não voltei a ter noticias de Harry, nem uma chamada, nem uma mensagem nem um aparecimento surpresa. E isso estava-me a deixar inquieta, mas sabia que assim era ele, o ser mais imprevisível da terra.
- Bom dia Miss Evans. – prenunciou Sr. Christopher ao me encontrar à porta a mostrar a minha identificação ao segurança.
- Podia ser um dia melhor se não fosse esta ventania, mas mesmo assim bom dia Sr. Christopher. – respondi com um sorriso.
- Bem, as coisas não andam muito bem por aqui, há imenso trabalho para se fazer, temos falta de pessoal e bons profissionais não se encontram por aí assim tão facilmente, espero que não se importe de ter de vir trabalhar para a empresa mais vezes que o habitual, aqui apenas para nós, sabe que não confio em muita gente como confio em si e na sua eficácia em deixar tudo em ordem e condições. – confessa enquanto caminha e se prepara para desaparecer em passos largos como sempre.
- Com todo o gosto Sr. Christopher, darei o meu melhor. – tento falar rápido. - E tenha um bom dia! – digo já um pouco alto de mais por ele se ter afastado mas acredito que nem assim tenha ouvido, ele é o homem mais atarefado de sempre.
Os meus saltos fazem-se ecoar pelo amplo espaço enquanto me dirijo ao elevador, ninguém imagina o quanto eu odeio usar saltos, sim eles são bonitos e elegantes, dão um toque mais profissional, mas nunca me consigo sentir confortável em cima deles, sou mais rapariga de sapatilhas, apenas porque pantufas ou chinelos farfalhudos não são apropriados para a rua.
- Sabes, quando falei com o chefão por chamada sempre pensei que fosse um homem novo, o típico clichê, alto, musculado, bem parecido, mas este homem dá-me arrepios. – fala Joey infiltrando-se pelo elevador a dentro ao mesmo tempo que eu ia a entrar fazendo-me soltar um risinho.
- Bem, ele é alto e bem parecido, só a camisa que ele hoje trás dava para eu me sustentar o resto da vida sem preocupações... - digo observando o belo jovem à minha frente que à uma boa eternidade não via vestido de forma formal e inclino-me para lhe ajeitar o colarinho.
- É o meu primeiro dia e já tenho trabalho para fazer durante toda a semana. – declara nervoso.
- Oh, com ele é assim, não esperes menos que isso. Por falar nisso, não devias estar na receção? – pergunto e ele abana à minha frente uma enorme pilha de folhas.
- Tenho que ir à reprografia e depois à contabilidade e passar pelo escritório de... - faz uma pausa para ler as suas notas e reparo que as suas mãos tremem fazendo-me agarrá-las.
- Ei, calma, vai tudo correr bem, eu estou aqui. – digo dando um leve beijo nelas. – Almoça-mos juntos. O bar e refeitório ficam no piso menos um, anota. Se te perderes estou no piso seis, pergunta lá por mim. – sorriu-lhe e ele parece acalmar sorrindo-me de volta, nós sempre nos apoiamos mutuamente em tudo e agora tê-lo aqui comigo melhorava tudo.
- Colega! – sussurra alguém em entusiasmo ao meu ouvido assim que me dirijo ao balcão de tarefas do meu andar. – Estou tão feliz de saber que vou ter companhia mais frequentemente!
- Vamos tomar conta do piso seis! – brinco respondendo a Louis deitando-lhe a língua de fora.
- Aguardemos que sim jovens! – soa Christopher aparecendo de sabe-se lá onde fazendo as minhas bochechas arder em vergonha. - São o nosso futuro e vocês principalmente fazem-nos ter esperança num mundo muito melhor, são um orgulho meus jovens, um orgulho, tenham um bom dia que agora irei ter de me ausentar. – termina acenando-nos com a cabeça e desaparecendo uma vez mais.
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Fallen
ParanormalUm romance cheio de mistério, suspense, drama, criado principalmente para quem gosta de histórias emocionantes com fins imprevisíveis. "A sua única preocupação era conseguir ver o bonito sorriso dele a qualquer altura do seu dia. Haveria crianças ma...