Capítulo 5 - Découverte (Descoberta)

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"Nunca faça planos se não for capaz de segui-los."
Isabelle

Quando eu morava no Brasil, a maioria dos meus amigos achava que eu não acreditava em Deus

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Quando eu morava no Brasil, a maioria dos meus amigos achava que eu não acreditava em Deus. A verdade é que eu não acredito mesmo, mas também não desacredito. É complicado, porque eu tenho medo de dizer que não acredito. Talvez por pura covardia, ou talvez pelo que os cristãos chamam de temor. Talvez eu nunca descubra.

O fato é que, se Deus realmente existe, eu me pergunto se foi ele quem inventou a ironia. Se não foi, ele é o ser com o maior senso de humor que já existiu/existe/vai existir.

Mas voltemos à minha realidade.

- Moça, a senhorita está perdida? -Pergunta uma voz familiar atrás de mim, fazendo-me paralisar.

Viro-me lentamente. Demoro um pouco para reconhecê-lo. Ele está diferente agora: mais alto, o cabelo curto, barba por fazer, corpo definido, mas os olhos... São exatamente os mesmos e há sete anos eu me fiz uma promessa de que nunca esqueceria esses olhos.

- Depende de qual é o seu conceito de perdida. -Sorrio friamente.

♡♡♡

Flashback on
Sete anos atrás

Já fazia um tempo que o menino estava me seguindo. Ele era branco, com os olhos castanho-claros e parecia ter por volta de dezesseis ou dezessete anos.

- Qual é o seu nome? -Pergunto curiosa, sorrindo timidamente ao colocar uma mecha de cabelo atrás da orelha.

- Stefan. -Ele sorri para mim, mas há algo muito errado com o seu sorriso. Aperto o passo, mas ele me acompanha.

- Está com medo, florzinha? -O menino ri e se aproxima de mim lentamente. Não consigo entender porquê estou tão apavorada agora.

- Se afaste de mim, por favor. -Digo tentando não deixar transparecer o medo em minha voz. - Por que você está me seguindo?

Ele está cada vez mais próximo e eu finalmente percebo que não há mais para onde ir. Me recrimino mentalmente. Eu não deveria ter saído de casa tão tarde da noite, sozinha, para comprar biscoitos. Agora teria que arcar com as consequências.

- Fique calma, eu só estou tentando te ajudar. Diga-me, o que faz uma garotinha de catorze anos em uma rua sem saída, tão longe de casa? -Ele pergunta com um ar sonhador e não reconheço a sua voz.

Eu preciso sair daqui, penso nervosa. Algo muito ruim está para acontecer, eu sinto.

- Eu-eu me perdi. Mas... Como você sabe a minha idade?

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