Capítulo 13 - Le second miracle (O segundo milagre)

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"Quando em angústia eu clamei, Ele me respondeu."
Isabelle

Os três dias em que estive na prisão passaram mais rápido do que eu poderia imaginar

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Os três dias em que estive na prisão passaram mais rápido do que eu poderia imaginar. Graças a Deus, em nenhum momento precisei sair da minha cela. Eu sabia que se passasse mais alguns dias naquele lugar, eu enlouqueceria, assim como os outros prisioneiros. À noite, era possível ouvir seus gritos de desespero, cenário recorrente em meus pesadelos.

A única coisa boa é que eu havia lido o evangelho todo de João, contudo só conseguira ler o de Mateus até a metade. De qualquer forma, eu me sentia preparada. Aprendi a orar e sentia uma coisa diferente quando, ao final de cada oração, eu dizia em nome de Jesus, amém.

Devolveram-me lavadas as roupas que eu vestia antes de chegar na prisão para que eu usasse no julgamento. Eu ainda não havia ligado para o número do papel que, de tanto olhar, já sabia até de cor, mas agora me restava pouco tempo e eu precisava usar tudo o que pudesse ao meu favor, incluindo a única ligação a que tinha direito.

Respiro fundo antes de tomar minha decisão. Eu havia feito uma promessa de que, se Deus me ajudasse, eu o serviria. Não posso dizer que não acredito nEle, porque agora, depois de tudo isso, eu sei que acredito.

Mas não é tão simples.

Caminho até a porta da cela e chamo o guarda, que está a postos. Fico surpresa ao ver que é o mesmo que me entregou a Bíblia há três dias atrás.

- O que deseja, mademoiselle? -Franzo a testa. Lá estava ele sendo gentil comigo de novo. Mesmo eu sendo inocente, ele supostamente não sabe disso, então deveria me tratar como uma assassina e não como uma cidadã.

- Minha ligação. Eu quero usar o telefone.

- Venha comigo. -Ele sorri, me surpreendendo de novo. Esse guarda tem cara de ter por volta de uns quarenta anos, provavelmente já pai de família pela aliança em sua mão esquerda.

Nós atravessamos vários corredores repletos de guardas armados até chegarmos em uma pequena sala.

- Ela quer fazer a ligação. -O guarda diz para um outro homem, que assente e me leva até um telefone.

Com as mãos trêmulas, disco o número que ficara na minha cabeça durante três dias.

- Alô. -Diz uma voz que eu conheço como a minha própria.

- Mãe?

A emoção é tanta que eu começo a chorar e eu não sei dizer se é de alívio, tristeza, raiva, medo ou alegria. Podem ter sido todos ao mesmo tempo.

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