Capítulo 19 - Le premier test (O primeiro teste)

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"Eis que eu sou o SENHOR, o Deus de todos os viventes; acaso, haveria coisa demasiadamente maravilhosa para mim?"
Jeremias 32:27

"Eis que eu sou o SENHOR, o Deus de todos os viventes; acaso, haveria coisa demasiadamente maravilhosa para mim?"Jeremias 32:27

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Ao final da pregação, o pastor Israel fez uma oração e depois dispensou a todos. Ele disse que quem quisesse uma oração por algum motivo especial, era só erguer a mão que um obreiro, diácono, ungido ou até o próprio pastor iria até a pessoa.

Então, eu peguei a minha mala (porque a minha bolsa vive no meu ombro), levantei e fui até a porta para falar com Jeremias.

- Oi. -Cumprimento, por um momento quase me esquecendo e dizendo "Bonjour".

- Olá e a paz do Senhor, irmã. -Ele diz com um sorriso. - Estou só esperando a Dani. -Franzo as sobrancelhas, sem saber bem o porquê.

- Ok.

Passaram-se alguns minutos em um silêncio constrangedor até que a Daniela aparecesse.

- Paz a todos. -Ela diz com um sorriso de aquecer o coração de qualquer pessoa. - Vamos? -Assentimos.

Deixo Jeremias e Daniela irem na frente, pois não sabia onde o carro estava estacionado. Andei por apenas três minutos até que eles pararam em frente a um fusquinha (1980) rosa pink.

 Andei por apenas três minutos até que eles pararam em frente a um fusquinha (1980) rosa pink

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Ergo as sobrancelhas em descrença. Não pode ser verdade.

- É este o seu carro? -Pergunto sem conseguir me conter por mais tempo.

- Sim, esta é a Gertrudes. Gertrudes, essa é a Geneviève. - Jeremias nos apresenta. - Diz oi para ela. -Ele diz sorrindo.

Franzo a testa.

- Olá, Ger... -Começo a dizer, mas ele me corta.

- Não você, eu estava falando com ela. -Ele diz, olhando com carinho e admiração para Gertrudes. Bufo indignada, ao passo que Daniela ri. Logo em seguida, ele desarma o alarme com a chave do carro e, por um momento, quase acho que ouvi um "oi". Só me faltava essa, além do homem maluco que conversa e dá nome para carros bem à minha frente, agora eu também estava sendo contagiada?

Daniela abre a porta direita e ergue o banco (que graças a Deus é creme e não rosa, se não acho que eu enlouqueceria ali dentro), pois como vocês já devem saber, um fusca antigo com mais de duas portas seria, no mínimo, extremamente incomum. Não contesto a decisão explícita de Dani, que nem sequer se preocupou em me perguntar se eu gostaria de ir sentada no banco do carona; mas tudo bem, não sou de guardar rancor.

Jeremias entra logo depois de Dani, colocando a chave na ignição e dando vida à Gertrudes. Seguem-se vagarosos minutos sem que ninguém diga nada, então decido quebrar o silêncio. Só não esperava que todos nós pensássemos a mesma coisa ao mesmo tempo.

- Se não for te atrapalhar, pode me deixar no bairro Estrela Sul. -Digo ao mesmo tempo em que Jeremias e Daniela, respectivamente, também falam:

- Você não parece morar por aqui.

- Eu e o Jeremy estamos em um compromisso de oração, Biscoitinho.

- O quê?! -Dizemos em coro.

Pausa para uma breve explicação: quando eu e a Dani éramos crianças (nos conhecemos por volta dos nossos sete anos de idade), ela ia direto lá em casa para assistir Moranguinho (porque eu tinha todos os DVD's). Como ela sempre foi fissurada por suco de laranja, eu comecei a chamá-la de Laranjinha, mas ela ainda não tinha arranjado um apelido para mim, até que, um dia, no colégio, apareceu um menino que era paulista e começou a implicar comigo, porque eu falava biscoito e ele dizia que o certo era bolacha, então eu pedi para a minha mãe comprar um biscoito passatempo para mim só para eu poder esfregar a embalagem na cara dele no dia seguinte (eu era uma criança um pouquinho estressada). Foi então que a Laranjinha começou a me chamar de Biscoitinho.

- Nós não estamos mais em um compromisso e você sabe muito bem disso, Daniela. -A voz de Jeremias me tira dos meus devaneios.

Eu estou perdida, porque, para começar, não faço a menor ideia do que é um compromisso de oração, apesar disso, sei o peso que a palavra compromisso carrega...

- Estamos, sim. Eu continuo orando por você e você por mim e eu já te disse, Deus me deu um sonho! Só porque Ele não falou dessa forma com você, não quer dizer que não aprove o nosso relacionamento. -Ela diz com insistência e parece estar desesperada.

É estranho ver isso, porque Dani é o tipo de mulher que nunca precisou correr atrás de ninguém. Os homens sempre vieram naturalmente falar com ela, ao contrário de mim...

- Você sabe que não é esse o problema. -Jeremias diz e parece estar perdendo a paciência.

- Você está interessado nela, não é? É esse o problema. Eu já entendi tudo! -Ela acusa e o seu olhar encontra o meu, me fazendo empalidecer.

- O quê?! -Eu e Jeremias dizemos ao mesmo tempo.

- Você está louca, Dani? -Pergunto logo em seguida.

Estou tão indignada que sinto vontade de vomitar.

- Eu nunca me interessaria por ela. -Jeremias diz e essas palavras me acertam em cheio. Foi a gota d'água.

Por fim, não sei há quanto tempo estamos em silêncio, quando o carro para em um sinal fechado. Sem pensar muito (ou eu acabaria mudando de ideia), jogo a mala pelo vidro da Gertrudes ao mesmo tempo em que peço desculpas à ela mentalmente e pulo pela janela quebrada, com cuidado para não me machucar, enquanto Dani e Jeremias gritam sem parar.

A última coisa que me lembro é de estar com uma dor de cabeça insuportável e de sentir uma dor excruciante causada por uma forte pancada.

♡♡♡

Hospital. Está se tornando uma palavra familiar para mim, assim como desmaio.

Acordo com o barulho alto de bips. Estou com uma dor de cabeça muito forte e outras dores que demoro um pouco para localizar. Minha coluna dói muito, mas a dor é ainda mais intensa nas pernas.

É difícil abrir os olhos, mas, quando finalmente consigo, me arrependo, pois minha dor de cabeça triplica. Com dificuldade, consigo enxergar três vultos, que me parecem ser dois homens e uma mulher ao redor do que eu suspeito que seja uma maca, na qual estou deitada. Não sei se é uma alucinação, mas vejo muito sangue ao redor do meu corpo.

- Sinto muito. -Diz um deles. - Mas acho que vamos ter que amputar. -É a última coisa que escuto, antes de perder a consciência.

♡♡♡

Opiniões, pessoinhas...

Eu sei, este capítulo ficou um pouco menor que os outros, mas para compensar o próximo será maior, ok?

Coitada da Geneviève, não dá sorte na vida... :(

Propósito DivinoOnde histórias criam vida. Descubra agora