Capítulo 3 - Au revoir, France (Até logo, França)

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"Algumas coisas acontecem sem que, no momento, entendamos o porquê. Isso não é ruim, pelo contrário, é algo muito bom."
Isabelle

- Eu não comi o seu cupcake, mademoiselle

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- Eu não comi o seu cupcake, mademoiselle. Outra pessoa comeu e neste momento ela está em um avião, indo para o Brasil.

Estou há meia hora tentando absorver o que o homem dos olhos cor de mel disse. O que vai ser da minha carreira se essa pessoa, lá no Brasil, morrer? Não só a França, mas o Brasil inteiro também saberá que sou uma farsa.

- Ainda não sei o seu nome. -Ele diz de repente, me assustando.

- É Geneviève. -Murmuro. - Eu também não sei o seu.

- Jean. -É, tem a ver com ele. - Quer que eu te leve em casa? Já está tarde.

- Que horas são? -Franzo a testa.

Ele tem um relógio no pulso, mas pega o celular para ver as horas. Sinto vontade de rir, mas me contenho.

- Nove em ponto. -Arregalo os olhos.

- Tudo bem. Preciso chegar logo no meu apartamento e ligar para o Chefe Enzo, ou ele vai me matar antes mesmo de me encontrar.

Jean ri e eu sinto meu rosto esquentar.

- Vai me levar ou não?

- Ok, vamos. -Ele diz, agora sorrindo.

Descemos pela escada mais rápido do que subimos, mas não foi o bastante para não sermos notados. Uma mulher baixinha, de cabelo castanho repleto de luzes, pele branca e olhos escuros nos encarava ao lado de um homem alto, de pele e cabelos escuros e já conhecidos olhos cor de mel.

- Sou Nathalie. Este é meu marido René e pelo visto você já conhece o nosso filho, Jean. Então, quem é você?

Mais direta, impossível.

- Geneviève. Muito prazer. -Aperto rapidamente a mão dos dois.

- Mãe, pai... Não é o que vocês estão pensando. -Diz Jean, me assustando. Por que ele está falando assim?

- Então nos explique o que é, filho. -Retruca René. Até a voz deles é parecida! - Porque você nunca trouxe outra garota para casa, além da sua namorada -ele frisa bastante a última palavra -, Claire. Então, seja qual for o motivo, nós estamos muito interessados em saber.

Arregalo os olhos. Eles estão achando que eu estou dando em cima do filho deles?

- Olha só. -Intervenho, tentando conter a raiva que estou sentindo no momento. - Eu nunca daria em cima de um cara comprometido. Só vim conversar com um amigo e não vejo qual é o pecado nisso. Me desculpem se eu lhes dei a impressão do contrário. Foi um prazer conhecê-los. -Respiro fundo antes de dar a minha cartada final. - Até nunca mais.

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