Capítulo 39 - La vérité est toujours la meilleure option

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*Tradução do capítulo abaixo, uma vez que não coube acima:

A verdade é sempre a melhor opção

♡♡♡

"Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito."
Colossenses 3:14

Naquela hora, eu achei que fosse desmaiar, mas quando um "sim" escapou dos meus lábios, só consegui pensar que eu tinha surtado totalmente

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Naquela hora, eu achei que fosse desmaiar, mas quando um "sim" escapou dos meus lábios, só consegui pensar que eu tinha surtado totalmente. "Eu estou sonhando. Isso é um sonho e logo vou acordar", era o que eu insistia em repetir para mim mesma. Mas o tempo foi passando, passando... E isso não aconteceu.

Desde então, Jeremias passou a me visitar todos os dias. Ele disse que só nos casaríamos depois de dois anos, porque ele queria juntar dinheiro suficiente para comprar uma boa casa para nós na França, além de aprender a falar francês fluentemente. Dois anos também seria - teoricamente - tempo suficiente para Hope se acostumar com tudo isso. Para eu me acostumar com tudo isso.

Muitas vezes, meu subconsciente me fez questionar "mas e se ele não gostar de você de verdade? Ele mal te conhece" ou "e se você não conseguir gostar de verdade dele?" Além disso, parecia um pouco absurdo já estarmos noivos sem sequer termos namorado antes. Mas, se parar para pensar, até que nem é tão estranho assim. Na época das histórias da Bíblia, não existia o tal do "namoro".

Você deve estar se perguntando o porquê de eu ter aceitado. Eu também não sei. Só... Pareceu certo na hora. Pensando mais em Hope do que em mim, de certa forma, eu tinha certeza que foi a melhor escolha para ela.

Mais de um mês se passou e Jeremias parecia verdadeiramente empenhado em mostrar o quanto gostava de mim e, reluto admitir, ele fez um ótimo trabalho. Eu não achei que fosse possível, mas comecei a me apegar. Em um belo dia, me peguei admirando o jeito como ele via o mundo, o entusiasmo, o sorriso torto, as provocações, o olhar que ele dava apenas quando falava comigo.

Certo dia, um dia, aquele dia, simplesmente aconteceu. Eu conhecia os defeitos dele com a palma da minha mão, mas, diferente de antes, aos poucos, comecei a gostar deles também. Da teimosia, da implicância, das piadas ruins... Foi então que eu percebi que tinha me apaixonado. Mas não era como tinha sido com Benjamin, não era intenso, tampouco parecia errado, era como se Jeremias fosse a calmaria para a minha tempestade interior, como se ele fosse o meu porto seguro, como se eu pudesse falar com ele até sobre matemática e parecesse a coisa mais legal do mundo, porque ele fazia isso. Jeremias tinha a capacidade de tornar as coisas mais chatas, legais. De tornar as coisas mais feias, bonitas. Ele me tornou uma pessoa melhor.

E eu não desejava, de forma alguma, um pai diferente para Hope. Jeremias fazia a pequena sorrir com tanta facilidade que, às vezes, eu me pegava com ciúmes dos dois. Mas, felizmente para ambos, eles sempre conseguiam acabar com a minha birra quando vinham me fazer cosquinha (eu realmente não gosto disso, sério!). Eu ria até chorar e a barriga doer e depois ainda ganhava um abraço e um beijo na bochecha de cada um. Demorei um pouco a perceber, mas essas duas pessoas se tornaram meu lar. Eu me sentia segura e mais completa quando estavam comigo.

O tempo passou mais um pouquinho e eu já tinha ligado para o Chefe Enzo umas três vezes desde então. Isso pode ser uma surpresa, mas... Estranhamente, acabamos nos tornando amigos. Na primeira ligação, depois de resumir, em prantos, tudo o que aconteceu comigo desde que pisei no Brasil até o presente momento... Acho que ele acabou ficando com pena de mim. Então, na nossa última ligação, finalmente Enzo - após a minha terceira confirmação de que, sim, Benjamin está vivo e com sua saúde perfeitamente em dia - me liberou do serviço. Perguntei indiretamente sobre o emprego, mas... Ele educadamente me rejeitou e despediu. O que, na hora, eu achei ruim, mas, um tempo depois, eu percebi que não poderia ter sido melhor.

Para dizer a verdade, nessa época eu ainda me sentia um pouco ressentida pelo meu passado. Eu entendia que Jesus já tinha me perdoado, mas algo ainda me fazia ficar com um pé atrás. Talvez eu estivesse esperando uma confirmação mais explícita. Talvez eu estivesse com medo de não conseguir me soltar completamente com Jeremias. De não conseguir confiar e ser eu mesma com ele. Mas, ao mesmo tempo, eu sentia que poderia falar qualquer coisa com aquele homem, sem me preocupar em ser vista como uma completa estranha ou em ser rejeitada por ele. Eu sentia que Jeremy me daria todo o tempo do mundo se eu precisasse e mantinha uma estranha certeza dentro de mim de que ele jamais me forçaria a nada.

Todos os dias, eu mantive o costume de agradecer a Deus pelas bênçãos que Ele me concedeu. Eu estava incrivelmente feliz. Às vezes, com uma frequência gradativamente menor, eu ainda pensava em Benjamin. Demorei a perdoá-lo e a esquecer tudo o que aconteceu. Mas o meu bom Pai celestial me ajudou bastante com isso. E, por fim, aceitei que me afastar foi o melhor a se fazer.

Um ano passou voando e eu me sentia uma princesa vivendo em um conto de fadas. Era como se a cada dia eu me apaixonasse mais ainda pelo homem mais estranho que já conheci. E eu me perguntava: "como um estranho pode ter se tornado rapidamente tão familiar?"

Jeremias saía à tarde do trabalho todos os dias, pois fazia questão de sempre almoçar com a sua linda mulher e exibí-la para os outros - palavras dele -. No início, ele me levava para lugares chiques, mas como o perceptivo que sempre foi, notou meu desconforto e então passamos a frequentar lugares mais humildes, com o aspecto mais caseiro - que eu tanto amo -. Nos finais de semana, saíamos com Hope. Normalmente, fazíamos piqueniques e até hoje eu me surpreendo com a forma como duas pessoas podem tornar uma programação tão rotineira em um momento tão único e singular. Eles me cativaram de uma forma especial. Cada momento com eles foi, é e sempre será insubstituível.

Jean veio nos visitar duas vezes nesse meio tempo. Minha mãe não cansava de dizer o quanto ele é bonito, a ponto de deixar meu pai com ciúmes. Eu ria muito com os dois. Fosse por beleza ou não, meu amigo conquistou o coração da minha filha em questão de segundos. Eu podia ver o carinho especial que ele tinha por Hope e isso me alegrava. Claire também demonstrava afeto, da forma dela. Sempre foi uma mulher muito difícil, ouvi dizer do seu mais recente noivo. Eu estava feliz por eles. Iriam se casar dentro de três meses.

Quanto à Daniela, bom... A minha querida Laranjinha demorou um pouco para aceitar a situação, mas bem menos do que eu esperava. Eu fui sincera com ela e falei sobre tudo o que aconteceu durante todo esse tempo. Apesar de sempre ter nutrido sentimentos fortes por Jeremias e ter ficado chateada no início, por mais incrível que pareça, pouco a pouco, Daniela passou a nos dar o maior apoio. Ela se apaixonou pela nossa pequena Hope e se autoproclamou tia babona da criança mais incrível desse mundo - palavras dela -. E, ah, faz pouco tempo atrás, um passarinho me contou que ela anda de olho em um rapaz novo que apareceu lá na igreja. Observação: os olhinhos dela até brilham quando veem o tal rapaz! Haha.

Como você pode ver, eu só tenho motivos para agradecer a Deus por tudo que tem acontecido. E, como se não fosse possível receber mais boas notícias... Um presente ainda melhor estava por vir.

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