V

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O corolla azul-pretroleo parou no sinal vermelho, a mulher no volante checou o celular, amarrou o cabelo, retoco o batom, olhou para a garotinha ruiva sentada na cadeirinha no banco de trás, ela apertava o ursinho azul com força lhe lançou um sorriso doce e voltou o olhar para a estrada, quando o sinal abriu retomou seu caminho.

O carro preto em alta velocidade não parecia se importar com os motoristas ao seu redor, trocou as marchas e acelerou ainda mais, fugindo das sirenes que lhe perseguiam. Nem pensou duas vezes quando cruzou o sinal vermelho batendo direto na lateral do corolla, a motorista perdeu o controle, girou o volante violentamente.

O carro tombou para o lado, o corpo inconsciente da mulher voo pelo para-brisa, derrapando pelo asfalto, garotinha no carro gritava em busca de socorro.

A cena mudou, a casa já conhecida estava envolta em uma tensão, principalmente a sala de estar, onde o casal mais velho tentava acalmar a pequenina.

-Eu quero minha mãe.- a garotinha de três anos bateu o pé, a mulher mais velha suspirou angustiada.

-Calma meu amor, logo você vai poder vê-la.

-Ela tá com o papai?

-'tá.

-Então poque eu não posso vê-la? Se papai pode, por que eu não posso?

-Esse é um argumento válido.- o homem comentou.

-Não dá corda, Cisco.

-Ela só quer vê a mãe, qual é o problema?

A mulher chegou mais perto e respondeu quase em um sussurro.

-O problema é que ela não se lembra de Emma.

-Isso é realmente um problema.

-Tia Ílis, eu quelo ve mamãe.

Ela se agachou em frente a criança, passou a mão pelo seu rosto e colocou uma mecha do seu cabelo avermelhado atrás da orelha, a abraçou.

A porta do quarto se abriu e outro homem apareceu, Emma se livrou do abraço de Íris e correu.

-Papai.- ela gritou e abraçou as pernas dele.

-Oh, meu pequeno snowflake.- ele a levantou e segurou em seu colo.

-Onde 'tá a mamãe, papai?

-Ela está descansando.- explicou com calma.

-Ela está melhor, Bar?- Íris perguntou, preocupada.

-Um pouco.- respondeu, então olhou em volta.- Onde está Jenny?

-Levou Cami para casa, a pequenina estava cansada.- Cisco deu os ombros.- Todos estamos.

Depois aqueles últimos minutos passaram como um borram, Emma ainda se encontrava no colo de Barry quando Cisco e Íris se despediram e ela ficou lá até seu pai a leva-la para seu quarto e a deitar na cama.

-Você tem que dormir meu amor.- ele mandou quando percebeu a inquietude da garotinha.

-Mas eu quelo a mamãe.

-Emma, por favor.- pediu com a voz embargada.

-Eu quelo a mamãe.

-Em.

-MÃE!- gritou o mais alto que conseguia.- MÃE!MAMÃE!

Seu pai chorava e ela também, mas ainda gritava...

Em rota de colisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora