XXIV

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Havia uma lista de coisas que Emma amava fazer e obviamente boliche não se encaixava nesta lista. Não havia lógica naquele jogo. Quem havia criado aquilo estava muito drogado ou era possivelmente um idiota. Mas enquanto entravam no salão de jogos do shopping e sua cabeça voava para os fatos históricos que sucederam a criação do boliche, ela não podia deixar de notar o calafrio que subiu pela sua coluna. Dizem que as mulheres têm um sexto sentido, mas Emma obviamente havia perdido o dela em alguma esquina.

-Você não acha que está um pouco exagerado? – Camille perguntou sutilmente para Lydia, que deu de ombros. – Tipo? Quem é que vem de salto para o boliche? Você sabe que a gente vai ter que usar aqueles tênis bonitinhos, não sabe?

-Claro que sei, apenas acho que Cory vai amar quando me ver assim. – ela jogou o cabelo para as costas. Emma revirou os olhos.

-Você acha? – Cami arqueou a sobrancelha.

-Claro que não, ele vai tá de olho na Emma, nem vai se importa comigo.

-Não diga isso. – retrucou rapidamente. – Ele seu namorado, so tem olhos para você.

-Não Ems, Cory gosta de você e eu nem gosto tanto dele assim. – Lyds parou de frente para ela e pegou suas mãos, assim Emma percebeu que ela estava sendo sincera. – Só tô com ele porque o beijo dele é bom. Mamãe disse que beijos bons raros.

Ela não pode deixar de sorrir com tal afirmação, então abraçou Lydia.

-Estava com tanta saudade de você, minha psicopata mirim. – falou, antes de se virar para Camille e a puxar para o abraço triplo. – Minhas psicopatas.

As três ficaram assim por um bom tempo até Camille finalmente decidir que estava na hora de entrar e encontrar os outros.

-Está pronta para encontrar Tholi?

-Quem? – Emma arqueou a sobrancelha confusa.

-É a junção de Thomas e Meli. Dãã. – Lydia explicou. – Nome de shipper.

-Primeiro, que diabos de nome é esse? E segundo, desde de quando você shippa eles?

-Primeiro, - Cami a imitou. – esse nome é horrível eu sei e segundo, não é que a gente shippa eles, é só que gostamos de tirar o Tommy do sério. Nem ele mesmo sabe poque está com ela, você sabe muito bem como ele é, um cavalheiro que não quer magoar o coração dela.

-Ai Deus, como fui arranjar amigos tão idiotas.

O boliche era barulhento, escuro e tinha cheiro de chulé, a música eletrônica tocava pelos alto-falantes distribuídos igualmente por toda a extensão do salão, dez pistas iam de uma ponta a outra, algumas já estavam ocupadas. Emma ouviu um gritou e se virou, uma das últimas pistas estava ocupada, um indigente acenou para elas, as luzes de led piscavam a impedindo de distinguir quem quer que fosse ele.

-Olha, eu vou comprar algo para comer, encontro vocês lá. – informou sem esperar resposta, correu para lanchonete, o lugar menos barulhento de todo o salão. Um garoto franzino atendia uma garota loira muito familiar para ela, o atendente parecia desconcertado e a garota -muito linda diga-se de passagem- flertava descaradamente com ele.

-Você não pode deixar por dois, esqueci minha bolsa no carro. – ela falou com a voz manhosa. Emma revirou os olhos. - Não quero ter que voltar e perder o melhor cachorro-quente deste shopping.

-Desculpa, mas meu chefe vai matar se eu fizer isso. – ele parecia contrariado ao falar isso.

Deu um passo à frente pegando o dinheiro no bolso.

-Eu pago. – informou, a garota loira mexeu os ombros em animação. – E me dá umas batatas bem crocantes.

-Ah honey, eu sabia que você gostava de mim. – Karma deu seus gritinhos histéricos e se jogou contra o balcão. – Aproveita e me dá esse chocolate com meta, eu amo esses.

Em rota de colisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora