XXV

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Segundo Einstein o tempo é relativo. E para velocista, às vezes o tempo passava mais devagar do que o normal, segundos se tornavam horas e minutos, dias. Os segundos que se sucederam a explosão de Tommy foram os mais demorados da vida de Emma, ela apenas ouvia a própria respiração e seu coração batendo em um ritmo acelerado. Ela não era inquebrável como pensava.

-Você está bem? – ela levantou a cabeça encarando Lydia e Camille. Negou com a cabeça, ambas se sentaram cada uma ao seu lado. – Oh, Mimi. – Cami a abraçou sussurrando seu apelido de infância. – Vai ficar tudo bem, você sabe que vai.

-Eu contei pro Tommy. – sussurrou.

-O que você contou para o Thomas? – Lydia a abraçou de lado, Emma sabia que ela raramente chamava Thomas pelo apelido. Lydia ainda era novata nessa questão de socializar com pessoas de sua idade, mas já estava pegando o jeito. – Ele está meio alterado, socou a máquina de refrigerante.

-Emma, o que aconteceu entre você e o Tommy? – Cami perguntou, ela se virou, podia sentir as lágrimas quente escorrerem pelo seu rosto.

-Bennet está vivo.

Lyds praguejou enquanto Camille parecia sem reação.

-Como?

-Eu menti. – revelou. – Eu sinto muito.

-Não é sua culpa, Em. Não é culpa de ninguém, apenas do idiota do Bennet.

-Isso não ajuda, Lyds.

-Ela está certa Cami, é tudo culpa do Bennet, aquele maldito desgraçado, mas também é culpa minha. Não devia ter deixado ele entrar na minha vida. – jogou cabeça para trás sentindo a garganta fechar. – Papai vai me matar.

As três suspiraram. Emma aprumou os ouvidos quando passos foram dados em sua direção, abriu os olhos dando de cara com Tommy.

-Sim, eu ainda estou com raiva de você. – ele falou antes que ela pudesse abrir a boca. – Só tô aqui pra dizer que mamãe não contou nada para o papai, porque ela sofre uma amnésia temporária, ela não se lembra do que aconteceu hoje, ou seja, seu plano genial de contar a verdade acabou indo por água abaixo.

-Primeiro, tenho certeza que Emma não planejou contar a verdade para tia Feli. – Cami saiu em sua defesa. – E segundo, abaixa a sua bola Queen, porque Emma não é a única culpada nessa história.

-Camille está certa. – Lydia se levantou, ficando de frente para Tommy, a diferença de tamanho era gritante. – Você também tem culpa nisso tudo. Foi você que a levou naquela festa, foi você que se meteu com quem não devia.

-Mas eu não a forcei a ir comigo, eu apenas a convidei, se ela aceitou foi porque quis. – ele deu de ombros e riu zombeteiro. Lydia puxou o cabelo para frente e Emma previu o imprevisível. O soco acertou Tommy bem no meio da cara, ela se colocou de pé enquanto Thomas cambaleava para trás.

-Lydia! – gritou e tentou agarrar a amiga em vão, já que Lydia partiu pra cima de Tommy o socando, se fosse outra pessoa, possivelmente não causaria efeito nenhum, mas Lydia havia aprendido muita coisa com os pais, Emma sabia muito bem disso. – Solta ele!

Tommy colocou as mãos sobre o rosto e desviou das investidas dadas pela loira. Lydia era ótima em caratê e taekwondo, por isso cada chuto ou soco que ela dava era extremamente premeditado e calculado. Emma ficou parada esperando o momento certo, embora não quisesse admitir, estava amando o que a amiga estava fazendo, só separou os dois quando Lydia acertou um chuto um pouco abaixo da costela de Tommy.

-Basta! – gritou puxando Lydia pelo braço enquanto Cami ia em socorro de Tommy. – Você enlouqueceu por acaso? – perguntou a Lyds. -Sei que todo mundo um dia já teve vontade de bater no Tommy,...

Em rota de colisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora