XXXIII

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Toda história tem um começo, meio e fim, se não tiver pelo menos um dessas três características não poderá ser uma história.

A vitrine da loja estava destruída, a colisão havia sido frontal, ou seja, todo a força do impacto havia recaído sobre o motorista e o passageiro da frente, mas graças aos céus os Airbag haviam se ativado e tanto Íris como Camille estavam com o cinto de segurança, a jornalista foi a primeira a sair, seguida pela garota e Lydia, esta por último lutava para encontrar o notebook dentro do carro coberto por cacos de vidro. As sirenes foram ouvidas de longe e pareciam se aproximar cada vez mais, Íris puxou as duas garotas para fora da loja, nenhuma delas falou nada, por estarem apavoradas e em estado choque.

Cami puxou o casaco de lã que usava ao notar a mancha vermelha, virou o braço observando o corte profundo feito pelo vidro do carro. Estava tão elétrica que mal sentiu a dor, tentava se preparar mentalmente para o sermão de seu pai e da madrinha.

—Você está bem? – Íris indagou se aproximando dela, a West tinha um corte superficial sobre o supercilio e uma marca vermelha no ombro feita pelo cinto de segurança. – Se machucou?

—Não é nada, apenas um corte. Nada que tia Caitlin não possa ajudar.

—Temos que sair daqui. – Lydia falou.

—Temos que esperar a polícia. – Íris retrucou.

—Não dá tempo, quem quer que esteja por trás disso. – a garota fez um gesto englobando tudo ao seu redor. – Saberá que ainda estamos bem e provavelmente tentará algo parecido com isso de novo.

Camille deu um passo pro lado e observou o fim da rua, as sirenes da polícia ficavam cada vez mais altas e ela já podia ver as luzes vermelhas e azuis preste a dobrar na curva. Ela se virou para Íris esperando que sua tia tomasse alguma ação, confiava sua vida a ela, pois sabia que nunca a decepcionaria.

—Então?

—Vamos logo pro laboratório, depois eu me resolvo com o meu pai. – Íris disse por fim, então se virou descendo a rua, estava mais frio do que quando saíram de casa a alguns minutos atrás, a temperatura parecia ter abaixado drasticamente, olhou ao redor, não havia sinal de vida em nenhum lugar, mas ela ainda tinha a sensação de estar sendo observada, puxou Camille e Lydia para perto, segurando a mão de cada uma, talvez fosse um gesto bobo, porém ela não queria correr o risco de se separar delas nem por um segundo.

—Você acha que eles vão voltar? – Cami perguntou.

—Não sei. – ela falou dando rapidamente de ombros. – Apenas fiquem perto de mim até acharmos um táxi ou Uber. Lydia?

—Sim?

—Você me disse, um pouco antes de saímos de casa, você me alertou sobre o carro preto, mas eu não ouvi. Sinto muito.

—Não é sua culpa, o carro preto estava lá a muito tempo, mas eu só percebi isso hoje. – Lydia ajeitou o notebook no braço. – Ele nos seguia até a escola, depois para o laboratório, então eu já devia ter falado antes.

—Como assim ele seguia você?

—Pensei que ele estivesse apenas perdido, porém... Acho que sei o que está acontecendo.

—Sabe?

—Não exatamente, mas...se eu pudesse me conectar com os meus pais. – Lydia se lamentou.

Íris suspirou, levantou a mão e acenou para um táxi estacionado do outro lado da rua, porém abaixo-a no momento em que viu o carro preto se aproximar no final da rua.

—Meninas, vamos ter que correr um pouco está bem.

—Como se isso fosse alguma novidade. – Camille resmungou enquanto corria atrás de Lydia.

Em rota de colisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora