XXVIII

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Lydia

—O que você disse? – Ray Palmer perguntou um pouco confuso, suas sobrancelhas se ergueram quase se juntando, ele franziu os lábios e piscou algumas vezes. Lydia sorriu meio relutante, apesar do pequeno erro ainda estava calma, os últimos acontecimentos ainda rodavam em sua cabeça. Sabia exatamente como se livrar daquilo de uma maneira sutil, seu cérebro já havia inventado uma desculpa antes mesmo dele abrir a boca.

—Eu disse, Lydia, sr. Palmer.

—Oh. – ele relaxou com a resposta. – Acho que ouvi errado. Por favor não me chame de senhor, me sinto velho.

Ela riu baixando a cabeça.

—É um prazer conhece-lo e adoraria ouvir sobre como chegaram aqui, mas eu realmente tenho que ir. Tenho um trabalho de ciências para terminar.

E com essa desculpa ela caiu fora do córtex, apenas passando em outra sala para pegar a bolsa e o aparelho de comunicação. Lydia não sabia explicar como conseguiu sair do laboratório e ir parar na casa de Joe, ela apenas fez, mesmo com a cabeça confusa e cheia, a última conversa que teve com Caitlin e Cisco do futuro parecia como uma lembrança distante, depois da última revelação. As lendas estão no passado. Com ela!

Abriu a porta jogando as sapatilhas para o canto, o quarto que dividia com Camille era pequeno, apenas duas camas e um guarda-roupa, Íris tinha feito o melhor possível para fazer com que elas se sentissem em casa durante os últimos três meses. A West sabia que elas eram do futuro, mas assim como os outros não as pressionava para saber quem eram seus pais.

Se jogou em cima das roupas que cobriam sua cama, puxou o notebook, uma das únicas coisas que havia trazido do futuro. A página estava aberta em uma conta de banco, havia hackeado a conta da Palmer Technologies e estava usando o dinheiro para seu próprio bem, roupas, comida, entretenimento. Não era roubo, já que a empresa (ou pela menos boa parte dela) lhe pertencia. Os saques eram poucos, nada mais do que cem dólares por semana, às vezes duzentos, trezentos para o projeto de ciências e cento e cinquenta para a roupa do baile, mais cinquenta para o cabeleireiro e oitenta para os sapatos. Ok ela devia parar.

Fechou a página, mas deixou outra aba aberta, pesquisou rapidamente sobre Sara Lance.

Havia poucas coisas sobre ela, filha de Quentin Lance, capitão do departamento de polícia de Star City, sobrevivente do naufrágio Queen's Gambit em 2007. Mordeu o lábio inferior quando uma foto dela apareceu na tela, Sara sempre teve um sorriso lindo e um senso de humor peculiar. Na verdade, Lydia amava coisas peculiares, até os onze anos conviveu com pessoas bem peculiares, conhecia pessoas que voavam e soltavam fogo pelas mãos, conhecia um cara que tinha pele de metal, uma moça que podia ser mais forte que um elefante ou um mamute, um sociopata que gostava de tacar fogo nas coisas e além do mais, seus próprios pais eram pessoas peculiares, eles estavam mortos...legalmente falando.

Seu celular vibrou, ela nem se deu o trabalho de olha-lo, sabia que era uma mensagem de Cory perguntando que horas ela iria para sua casa para terminar o projeto. Tomou um banho rápido, vestiu um vestido simples e atravessou a rua. Cory a recebeu como sempre, um selinho rápido, um sorriso sem graça. Ela sabia que aquele namoro já havia passado de data de validade, mas com Cory ela se sentia bem, embora fizesse a linha loira burra quando estava com ele e seus amigos. Eles começaram a falar sobre o trabalho e os planos para o jogo que aconteceria logo a noite, Cory jogava como atacante no time de futebol da escola, Lydia já tinha ido a todos os jogos com Camille e Meli, mesmo não gostando nem um pouco do jogo em si.

Ela realmente se sentia como uma daquelas garotinhas que fazia tudo pelo namorado e realmente se odiava por isso, se sua mãe a visse agora, provavelmente surtaria e a colocaria de castigo.

Em rota de colisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora