XXXI

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Caitlin

Existem coisas na vida não temos como controlar, como o tempo, o clima, a história, nossas vidas. Caitlin sabia que sua vida era complicada e que sua futura vida seria ainda mais complicada, mas nunca pensou que fosse chegar a este ponto. Sua filha tinha poderes de gelo e obviamente não havia herdado do pai. Então ela futuramente iria se tornar sua doppelgänger da terra dois, será que ela seria a vilã? Será que ela já havia machucado alguém? Será que...

—Caitlin. – levantou a cabeça encarando Barry parado na porta. – Você está bem?

Ela negou, ele se aproximou e a envolvendo em um abraço, Caitlin podia ouvir o coração dele bater, era um som reconfortante e familiar, por meses ela havia ouvido o coração dele por meio daquelas máquinas, aquele som havia se tornado um mantra para ela.

Tum. Tum. Tum.

—Você acha que eu serei malvada como ela? – perguntou.

—Nunca. Mas você é diferente, meu amor, você sempre foi e sempre será uma heroína.

Ela apoiou a cabeça no ombro dele.

—Eu estou com medo, Bar. – revelou em um sussurro.

—Não fique. Estou aqui, não vou deixar você.

Caitlin sabia que sempre podia contar com Barry, ele era seu futuro marido, pai dos seus filhos, seu companheiro de equipe, seu melhor amigo.

—Onde está Em?

—Tentando achar um jeito de controlar seus poderes, Cisco havia feito um par de algemas repressoras, mas ela as perdeu. – ele explicou. – Em está nervosa Caitlin, quando ela acordou e não te encontrou, acabou se desesperando.

—Eu sei que devia estar com ela, mas eu não consigo.

—Ela não é um monstro. – Barry sussurrou, ele sempre parecia saber o que ela estava pensando e Caitlin amava isso nele.

—Eu sei. – balançou a cabeça sentindo as lágrimas escorrerem pelo rosto.

—Ela está com tanto medo quanto você.

Fechou os olhos apoiando a cabeça nas mãos. Emma, sua pequena Emma. Ela havia feito aquilo com sua própria filha.

—Caras. – ouviu Cisco chamar pelos interfone. – Temos um problema. - o engenheiro hesitou.- Emma fugiu.

—O que? – Barry se levantou. – Como assim fugiu?

—Fugindo cara, ela se levantou e disse que ia ao banheiro, depois não voltou mais. Wally correu por todo o laboratório, não sabemos onde ela está. – ele explicou.

Caitlin sentiu seu coração apertar, claro que Emma iria fugir, estava com medo e a única pessoa com que ela queria conversa não estava com a cabeça no lugar. Deus como ela pode ser tão burra, Emma precisava dela. Se levantou.

—Eu sei onde ela está.

~***~

O observatório era o lugar preferido dela, disso Caitlin sabia. Podia afirmar com toda a certeza que ela estaria lá, Emma amava o cosmo por jugar ser um lugar impossível. Eles passaram pelo auditório, a sala das estrelas, o salão da criação, a sala com o sistema solar e até a lanchonete, não havia sinal de Emma, então ela parou e olhou pra cima. Como não havia pensado nisso antes?

Seguiu com Barry até o terraço e lá estava ela, encostada na mureta envolta em uma neve fraca, os olhos focavam as mãos pálidas e a nevoa que elas lançavam. Caitlin se aproximou, se sentando ao lado dela.

Em rota de colisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora