Capítulo 3

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Quando esses sonhos vão parar de me atormentar? Quando vou ter a minha felicidade de volta. Desde que o advogado de merda saiu da minha sala eu não tenho mais paz. O medo me consome a cada dia. Medo que ela entre na justiça pedindo o divórcio. Medo que ela não me dê a oportunidade de consertar as coisas com ela e nosso filho.

Arrumo para mais um dia de trabalho. Sem ânimo e sem querer ir a lugar nenhum. Tenho certeza que irei me afundar nesse quarto se ela não aparecer. Vou até a cozinha e bebo um pouco de café. Gail me questiona se eu não vou querer comer nada. E eu respondo que não. Ultimamente eu não quero nada, a não ser Ana de volta. Que ela apareça para querer pessoalmente o divórcio. Quero ter uma chance de consertar as coisas entre a gente.

Vou para o escritório junto com Taylor. Questiono ao mesmo se tem alguma notícia, se Welch deu algum parecer sobre o sumiço de Ana. Ele me diz que não. Infelizmente nada está ao meu favor. Quanto tempo isso vai durar? Chegamos no escritório e peço a Andréia que coloque Welch na liga imediatamente. Quero alguma posição. Não é possível. Ana e meu filho não podem ter tomado um chá de sumido desse jeito. Andréia me avisa que Welch está na linha e eu já pego o mesmo com raiva.

-Welch eu vou te dar mais uma semana, nenhum dia a mais e nem um dia a menos. Se você e seu pessoal não me derem uma resposta positiva estarão todos na rua. Não quero saber de mais nada. Uma semana e nada mais. Falo é desligo.

Me jogo na cadeira. Eu não mereço sofrer tanto assim. Cometi um erro e estou sendo punido para uma vida inteira. Será que nunca mais vou vê-la? Será que ela está pedindo o divórcio para reconstruir a sua vida com outro homem? Ela quer dar um pai para o nosso filho.

-Não. Grito sofrendo com o meu pensamento. Ela não pode fazer isso com a gente, com nosso filho, comigo.

Ela não pode querer dá um pai ao nosso filho. Eu sou pai dele, e ninguém vai tirar isso de mim. Independente se eu fui fraco na hora que ela me contou. Passo os dias todos trabalhando, faltava apenas dois dias para Welch e sua equipe sair do meu caminho. Não quero incompetentes trabalhando comigo. Foram dois anos sem notícias nenhuma, e pelo andar da carruagem continuarem sem notícias. Minha mãe havia me pedido a dias para ir a casa dela, e hoje eu resolvi ir. Já não aguento mais as cobranças deles.

Chego na casa dos meus pais e toco a campainha. Minha mãe já atende e me olha. Ela sabe que estou um caco humano a dois anos.

-Filho, você tem que reagir. Ela diz me abraçando.

-Me fala como mãe? Me diz como eu reajo sem minha família por perto. Me fala como eu conserto as coisas com Ana sendo que a mesma não aparece. Falo me sentando no sofá.

-Eu sei que está sendo difícil para você, mas você precisa reagir. Precisa ficar bem por você e por eles. Nisso ela tem razão. Mas eu não consigo reagir sem saber que Ana não vai concluir o pedido de divórcio.

-Cadê o resto do pessoal? Pergunto querendo mudar de assunto.

-Seu pai foi para um conferência de advogados em New York. Foi até bom porque eu vou viajar também essa noite para ver uma criança que está mal em outra cidade dos EUA.

-Mas é grave o estado da criança?

-É um bebê de um ano e meio, não sei muito do que se trata, mas me disseram que ela está com problema respiratório desde quando nasceu. Parece que os pais não tem condições de pagar um tratamento. Mamãe diz e eu fico pensando em meu filho.

-Se eu puder ajudar em algo mãe, pode me contatar. Não gosto de saber que alguma criança esteja passando por problemas.

-Não se preocupe filho. Tudo vai dar certo.

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