Capítulo 4

5.3K 501 59
                                    

Ficamos nos olhando, parecendo duas pessoas estranhas. Vejo em seus olhos que ainda está chateada comigo. Mas eu também estou com ela. Vou ao seu encontro e vejo ela se afastar, não adianta ela tentar se afastar de mim, dois anos foi o tempo de tristeza e solidão para mim. E agora ela não sairá da minha vida de novo. Eu juro.

-Oi Anastásia. Falo, mas ela não me responde. Você não acha que temos que conversar? Ainda mais agora, com a situação da nossa filha? Ela não diz nada, não me olha. Olha, você pode não querer falar comigo, mas você vai me ouvir, porque eu estou puto com você. Puto por você ter ido embora sem me deixar consertar as coisas com você, sem me deixar explicar que eu estava com medo de ser pai. Puto por você colocar a nossa filha nessa situação. Você poderia ter recorrido a mim desde o começo, mas não preferiu encarar o problema sozinha, e ainda preferiu que nossa filha chegasse ao estado que estar. Eu me pergunto Anastásia, se nossa filha tivesse morrido, será que algum dia eu iria saber? Será que você me ligaria para me dizer que nós tivemos uma filha e ela morreu por negligência sua? Vejo ela me olhar com raiva. Eu não me importo com o olhar dela. Eu falarei tudo agora, tudo que estou sentindo, porque depois essa mulher não sairá do meu lado, nem se ela quiser. Estou esperando sua resposta. Você não pensou em nenhum momento nela? Não pensou que a mesma poderia crescer perguntar pelo pai? Eu sei que fui um fraco agindo do jeito que agir, sei que não foi uma das melhores recepções que eu havia ti dado, mas fugir, se esconder de mim e ainda sabendo que nossa filha estava correndo risco de vida, eu achei que você poderia ser mais sensata. Que colocasse nossos problemas de lado por causa dela. Mas aqui estamos nós, em um hospital, onde podemos perder a nossa filha. Ela ainda não diz nada, pelo contrário, tenta sair, mas eu seguro seus braços. Não adianta você fugir de novo, eu não vou permitir isso mais uma vez. Nem você e nem@ nossa filha sai desse hospital sem meu consentimento. Digo e ela puxa o braço para sair.

Ela passa por Taylor igual ao furacão, nem dando chance a ele de cumprimentá-la. Chamo Taylor. Ele vem até a mim.

-Taylor quero seguranças em todo hospital, quero dois seguranças vigiando a Sra Grey, não quero que a percam de vista. Qualquer movimento dela suspeito, que ela está ameaçando a ir embora eu quero ser avisado. Falo firme. Sei que ela não sairia daqui sem a filha, mas ela está muito vulnerável

-Sim Sr. Fala Taylor.

Taylor saiu, e eu fiquei ali sentado pensando em que vou fazer. Nós dois temos que nos entender. Temos muito que conversar. Fui até a recepção da ala pediátrica e pedir para falar com Dra Grace Grey. Enquanto minha mãe não aparece. Ligo para Andréia e peço a mesma para entrar em contato com o cartório da cidade Gallup (New Mexico). Verifique o registro da minha filha. Deve está só no nome de solteira de Anastásia. Quero que seja mudado, quero que seja registrada com meu sobrenome. Falo, e ela apenas diz que será feito. Desligo e depois de dez minutos minha mãe aparece.

-Oi mãe. Como minha filha está?

-Ainda não reagiu filho. Os exames mostram que um dos seus pulmões estão muito infeccionado. Se os antibióticos não surtirem efeito, teremos que retirar o pulmão e ver se ela consegue viver somente com um.

-Isso é possível mãe? Questiono preocupado.

-Sim filho, mas como se trata de uma criança, na verdade um bebê, não temos muita esperança. Eu já solicitei que ela entrasse em uma fila de doação de órgãos. Em todo caso se ela não conseguir respirar só com um pulmão, tentaremos o transplante. Ela diz e meu mundo está caindo aos poucos.

-Eu posso vê-la? Questiono com meu coração a mil.

-Não muito. Vou permitir que você entre por cinco minutos. Mamãe diz e me pede para segui-la.

Longo Caminho. Onde histórias criam vida. Descubra agora