CAPÍTULO XIII

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"Sereis o mito dos teus desejos em carne e osso para tonarmos um caso real."

Marcos Costa

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GABRIELA SAHANI

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Era pedir muito tirar um tempo para ficar comigo?

Seria demais esquecer esse imbecil por algumas horas e se concentrar em mim?

– Larga isso, Cindy!

– Ok, Gabriela, já estou largando. – coloca o celular na bolsa e caminho atrás dela. A casa realmente já está animada, uma verdadeira algazarra acontece na sala com gritaria e garrafas de cervejas elevadas ao alto. – De onde vem essa gritaria?

– Da parte de trás, tem uma piscina lá, onde está acontecendo a verdadeira festa.

– Não reclamam dessa gritaria?

– Minha casa é afastada justamente por isso. Além do mais, a área da piscina tem cobertura com isolador acústico.

– Vocês gostam duma festa, hein?!

– Na maior parte das vezes, Cindy! – sorrio, ela precisa aprender a se soltar mais. – Hum... Cindy, a casa tem três quartos, mas, os demais estão... Digamos que você não vai gostar de ver.

– Ai, Gabriela.

– Então, sinto muito, mas, você vai ter que ficar no meu quarto. Embora isso não seja nenhum sacrifício. – digo, sorrindo, recebendo seu sorriso de volta.

– Tudo bem. Se não tem jeito.

– Ah, você não tem pena de mim mesmo.

– Agora sei de onde você tira tanto drama. – abro a porta do quarto, trancando-a atrás de mim enquanto Cindy deixa a bolsa na cama. – Não preciso entrar na piscina, não é?! Não leve a mal, mas, não curto uma piscina cheia de pessoas bêbadas.

– Se você não quiser, não. Mas, se quiser trocar essa roupa, algo meu deve servir em você, escolha uma camiseta que não vire um vestido.

Não resisto a rir, pego uma saída de praia em crochê branco com detalhes de preto e vermelho na gola e barra, um biquíni preto e entro no banheiro.

Enquanto a água cai sobre meu corpo, eu penso em como a vida me pregou uma bela peça remendada de um quê de raiva e desencontro. Mas, eu vou ter a Cindy! Eu vou tê-la. Com certeza eu não estava pronta para vê-la com o traseiro empinado revirando alguma gaveta, mas, foi o que encontrei quando voltei pro quarto.

– Pode usar meu banheiro, o outro não deve estar muito legal. – ela faz uma carinha de nojo e entra. Enquanto penteio os meus cabelos no espelho grande na lateral, fico de olho através dele para a porta do banheiro.

Já a vi de toalha, ver de novo é como enfiar o doce na boca de uma criança e não esperar que ela o experimente. Exatamente como me sinto. Toscamente uma adolescente descobrindo sua vontade de beijar garotas. A diferença é que agora era algo mais, beijos não seriam suficientes, eu precisava de mais.

Meu cabelo é naturalmente rebelde, muitas partes disso se devem ao fator sol e águas salgadas. Bom, Cindy gostaria mais de mim se eu tentar ser mais feminina?

Olho para o colar com o pingente de um leme em meu pescoço, meus olhos seguem pelo meu reflexo, uma pintinha estrategicamente natural do lado do queixo, meus olhos ainda se fixam na porta atrás de mim. Mas, pego um batom vermelho e passo em meus lábios. Abaixo os olhos para depositá-lo em seu lugar novamente e neste momento, eu olho para cima.

Além do horizonte - Romance Lésbico (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora