CAPÍTULO XXIX

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  "Por favor, não desista! Não agora... Não nunca!"  

***

GABRIELA SAHANI


Quando entrei na cozinha não pude acreditar, meu corpo fica paralisado e uma Cindy muito tensa entra ao meu lado.

– Cindy! – um homem alto de cabelos loiros batuca a mesa olhando para ela.

– Jason! – minha mulher fica tensa e com raiva ao mesmo tempo.

– Velhos tempos, Cindy. – sorrir e olha para a minha avó que olha para mim e como a sua neta eu entendo este olhar. – O que eu faria para você vir comigo sem matar sua nova família? – neste momento a dona Liz vira o seu corpo golpeando o moreno ao seu lado.

Torcendo o seu braço numa luta agonizante, Cindy dá seu primeiro passo para ajudá-la. Minha vó sorri e eu sei que ela já tem seu próprio jeito de resolver tudo, mas, Cindy e eu precisamos sair dali. Arrasto a Cindy dali, em meio às suas repreensões.

– Vamos, Cindy!

– Sua avó, Gabriela!

– Ela é mais safa que nós duas juntas. – arrasto a Cindy para fora, por alguma maldita ou bendita razão, eu havia deixado a chave no carro e essa foi a nossa sorte. – Entra logo, Cindy!

Piso no acelerador, tirando a gente dali, mas, eu sabia que eles viriam logo.

Já estamos na estrada e dou graças a Deus aquela porteira estar aberta, passo por ela com tudo indo para o asfalto.

– Cindy, tem umas coisas no banco atrás, pega. – ela faz como mando, virando para trás e indo pegar as coisas.

– Pra que uma bota?

– Não reclama, calça logo. Acho que vamos precisar e esses saltos não ajudarão. – ela faz como digo. Droga, e esse vestido? – Joga umas coisas na mochila. Tem um cantil sob o banco da esquerda, alguns curativos, remédios na caixa perto do cantil.

– Qual remédio?

– Pega todos, porra! – o velocímetro só aumenta, penso em usar o meu nitro, mas, apesar de ganhar espaço, perderia algum combustível. Só havia uma forma de não sermos pegas. – As lanternas, não esquece. Caralho, era pra ter arrumado isso de manhã. Cindy, já pegou os nossos comunicadores?

Eu sei que ela está nervosa, mas, eu estou uma pilha também. E, porra, estou tentando ficar viva pra contar essa história louca pra alguém.

Abro o compartimento na minha frente e de lá tiro duas armas e munição o bastante para recarregá-las quando necessário.

– Tenta se vestir. Tem uma calça que peguei na casa da América...

– Já vesti. – olho de relance e a minha mulher já está com uma jaqueta por cima.

– Ótimo. Mas, e a mochila?! – reviro os olhos e torço para que ela seja tão rápida quanto gostosa.

Caralho! E eu que estava tão contente.

Cindy volta para a poltrona, enquanto eu olho a nossa traseira.

– Não temos gasolina. Olha só, você consegue correr na mata? Quero dizer, correr muito? – ela respira profundamente e murmura sim. – Perfeito. Agora, abra o compartimento da parte traseira e tira uma dessas toras de madeira no porta-malas.

Além do horizonte - Romance Lésbico (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora