Além do horizonte - Romance Lésbico (Completo)

CAPÍTULO XVI

"Meu silêncio grita, meu olhar entrega, mas ninguém percebe."

Renato Russo

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CINDY SIMMONS

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Um sorriso brincou em seus lábios, mas, eu não cheguei a deixar que permanecesse. No segundo seguinte, levei minha boca sobre a dela de forma possessiva e crua. Seu beijo era doce e ela tinha uma suavidade que me fazia ter medo de machucá-la enquanto a segurava entre meus braços.

– Então! – me afasto dela um pouco olhando em seus olhos. – Não vai querer abrir o seu presente? – Gabriela sorrir de lado e eu já sei que ela está pensando merda.

– Aqui na praia? – suas mãos passeiam pelo meu corpo. – Acho que não quero fazer isso aqui.

– Estou falando do seu presente, Gabriela. – bato em suas mãos que avançam em lugares que me deixou em alerta.

– Achei que você fosse o meu presente. – me puxa de volta fazendo com que meu corpo caia sobre o seu. – Não posso desfrutar deste presente?

– Deixa de ser pervertida. – puxo seu cabelo para que ela me solte e assim afasto. – Vamos, abre! – Gabriela pega a caixa azul, mas, antes me beija e esse beijo faz com que eu amoleça. – Anda logo.

– Não dá pra pensar em presente com você quase em cima de mim.

– Abra! – digo, revirando os olhos.

Ela sorri e abre a caixa, tento observar a face dela ao abrir, as mãos são ágeis e ela sorri em cada um dos presentes, então, ela joga os braços em volta de mim, percebo que a intensidade dela me assusta. Mas, não deixo que isso me abale.

– Você é demais.

– Eu sei, baby! E essa festa, vamos ou não?

– Vamos, você vai ver o que acontece quando os Sahani's dão uma festa de verdade. – os lábios dela sobem de um lado e eu engulo em seco.

– O que você está tramando, Gabriela?

– Pensei que já tivéssemos passado da fase do "Gabriela".

– Gosto da sua cara quando te chamo assim. Parece irritada, mas, eu sei que não brigaria comigo.

– Corra atrás de uma garota e ela vai se achar eternamente.

Andamos pela areia da praia e Gabriela carrega a caixa enquanto eu ando devagar ao lado dela, há um sorriso em meus lábios, mas, ele se desfaz quando vejo faróis piscando ao longe e então ouço o arrancar de um carro.

Faz parte de minha natureza ser completamente assustada, é algo meu, algo que já se incorporou em mim, eu não sabia se naquele acender e apagar de faróis existia algo mais, mas, como é o aniversário dela, eu tentei relaxar.

– No que você tanto pensa?

– Estava pensando nisso que está acontecendo entre... – ela para ao meu lado e me olha. Seu olhar traz uma inquietação, mas, ao mesmo tempo é calmo e concentrado.

– Olha, Cindy, eu sei que isso é novo pra você, a situação e, principalmente, o que você deve estar sentindo... Não sei como se sente sobre isso, mas, eu tenho paciência, vamos até onde você puder ir.

– Obrigada, Gabriela.

– Agora, festa! Não consigo aceitar que estão se divertindo na minha festa e eu não. Vai dormir aqui, certo?