Capítulo 18

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A luz do sol em meu rosto me acorda e levo alguns segundos para entender onde estou. Olho em volta reconhecendo nosso abrigo e concluo que devo ter dormido naquele lugar mágico. Fico deitada por mais um tempinho tentando, em vão, fazer desaparecer a dor horrível que estava sentindo em minha barriga. Quase sem forças para me levantar, procuro por Eduard não o encontrando. O clima parecia diferente hoje, não sei ao certo o que isso significava. Sinto um aperto em meu coração e um arrepio me atingi.

-Eduard? - chamo por ele saindo do abrigo e escuto barulho de passos atrás de mim, fazendo-me virar. - Eduard?

-Oi! Vejo que já acordou... - ele sai detrás das árvores e vou em sua direção abraçando-o forte, minha barriga continua a doer, mas minha preocupação com Eduard era maior, me fazendo ignorar a dor por um momento. - Ei... que foi? Está gelada. - sua voz se tornou baixa enquanto ele retribuía meu abraço.

-Onde estava?

-Fui procurar alguma coisa para comermos.

-E você está bem?

-Estou. - solto meu ar aliviada desfazendo meu abraço devagar. - O que foi? Você teve algum pesadelo? - nego com a cabeça e sinto uma dor aguda em minha barriga me fazendo gemer de dor e cair aos pés de Eduard.

-Aiii! - grito de dor e Eduard se abaixa assustado.

-Jessy! O que... O que você tem?

-Minha barriga... - minha voz sai presa e puxo o ar para respirar.

-Merda! - ele me coloca nos braços me levando de volta ao abrigo.

Quanto mais eu mexia meu corpo, mais a dor era pior. Eu estava com fome,sede e sabia que não havia nada ali que pudesse me ajudar.

-Vou abrir um coco para você, tenta ficar calma e respira devagar.

Concordo balançando a cabeça e ele sai, pegando um dos cocos perto do abrigo e abrindo o mais rápido que pode. Outra dor aguda me atinge e dessa vez minha vista escurece, fazendo-me perder a consciência.

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-Jessy... - Eduard me chama e aperto levemente sua mão que segura a minha. - Jessy, tente abrir os olhos.

Estou tão cansada que não consigo fazer o que ele me pede, mantendo-os fechados.

-Amor... Abre os olhos, por favor. Não dorme de novo não...

Sorrio ao ouvir a palavra 'amor' e abro meus olhos vendo-o sentado ao meu lado. Seus olhos estavam um pouco vermelhos e angustiados, mas ele sorriu logo em seguida.

-Oi... Você precisa beber um pouco de água de coco.

Faço um esforço para levantar minha cabeça e com a ajuda de Eduard bebo um gole da água. Sinto meu corpo tremer com o vento frio e Eduard me cobre com seu blazer e algumas folhas.

-Me diz o que está sentindo Jessy.

-Calafrios, mal-estar, estou com vontade de vomitar e principalmente uma dor incômoda na minha barriga.

-De 0 a 10...

-7. Quanto menos me mexo, menos doí. Parece que tem alguma coisa aqui dentro que está corroendo meu estômago.

-Mas que droga... A gente tem que sair daqui. - diz e logo em seguida sai do abrigo.

-Eduard! - chamo-o. - Eduard, fica aqui! - meu grito pressiona minha barriga fazendo doer. - Aiii, droga! - percebo minhas lágrimas caírem e não consigo conter um choro que estava engasgado.

Com Amor, Eduard: Livro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora