Estou em uma rodoviária, deitada em um banco sujo esperando o ônibus chegar. Eu não sabia o que estava por vir, só sabia que era por mamãe. Se encontrar papai faria com que ela fosse em paz eu o faria, nem que isso detone minha promessa de "não ver aquele homem nunca!".
Já se passaram duas horas e eu ainda estou aqui neste banco acompanhada de uma senhora que se chama Dora e sua netinha - de cinco anos birrenta até não dá. Tudo que queria naquele momento era um minuto de paz, e ter o poder de voltar no tempo e salvar mamãe, mas isso não ia acontecer.(..)
Era noite quando chego ao meu destino final. Fico olhando para a pequena e simples mala em minhas mãos e pensando será que vou ser bem vinda? Será que vão me receber bem?- claro que não. Me aproximo da porta daquela casa que parecia um monumento. Minhas mãos tremem e soam. Um dos meus dedos fica dançando sobre o botão da campainha sem conseguir aperta-lo. Escuto burburinhos lá dentro e aperto o botão e recolho meu dedo como se aquila desse choque. As vozes se calaram por alguns instante, então ouso sons de passos e meu coração acelera. Então a porta se abre e eu não tenho coragem de erguer a cabeça que fita o chão e ao tênis que está nós pés do indivíduo que abriu a porta para mim. Seus olhos eram castanhos e ele parecia novo demais para ser o Fernando. Senti todos os pelos do meu corpo se arrepiaram com aqueles olhos. Então ele se afastou e deu um riso irônico. - obvio fiquei com vontade de perguntar - qual é a graça?, mas resolvi não abri minha boca, pois eu não sabia o que ele seria capaz de fazer comigo.
- Fernando a sua visitinha chegou.- ele olhou novamente para mim com uma careta como se eu fosse um lixo. O quê ele tinha contra mim? Ele me conhecia por acaso? Então saiu do meu campo de visão e meu olhar o acompanhou até aquela grande sala onde haviam outras pessoas, todas belas e loiras. Então um homem de estatura alta e algumas mechas grisalhas em seus cabelos, e usavam um elegante terno risca de giz. Eu reconhecia-o das fotos que haviam na caixa que mamãe trancava a sete chaves em uma de suas gavetas do criado mudo em nossa antiga-casa. Ele era mais jovem nas fotos e mais magro, mas ainda era bonito. Ele foi os grande amor de mamãe na adolescência, até ele abandona-la comigo em seu ventre. Vê-lo ali em minha frente pela primeira vez era estranho, ele era o meu pai. Então ele fez algo que nunca imaginei, ele me deu um abraço, eu não esperava aquilo,e nem a queria, mas eu precisava de um. Senti os olhares das outras pessoas ao meu redor que pareciam me odiar, e eu não entendia o porque.
- Fiquei sabendo da morte de sua mãe, e sinto muito.-eu não sabia se seus pêsames eram verdadeiros e nem que realmente se importava com a morte de mamãe, já que havia a abandonado grávida de mim. Ele se afastou de mim.- Christopher...pode mostrar a ela o quarto onde ela vai ficar.-disse Fernando olhando para o garoto extremamente emburrado. Então ele se chamava Christopher. Perai...Christopher! "- O Christopher precisa de você.-as últimas palavras de Blanca". Porque mamãe me disse que ele precisa de mim? Pois parecia que ele precisava somente da distância de mim. Ele bufou e se levantou do sofá e quase que arrancou minhas mãos junto com a mala.
- Vem comigo.-sua voz saiu quase que como um rugido e eu o segui até a grande escada. Ele subia tão rápido que não conseguia acompanha-lo com facilidade. Então parou em frente a uma porta de madeira e depois soutou minha mala no chão sem se importar com o que podia ter de frágil ali dentro. Se aproxima de mim e eu sinto que estou prestes a ter um ataque cardíaco.
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O Limite De Te Amar (Vondy) [Livro Um]
Fanfiction" Minha vida dava voltas naquele momento. Naquele momento a luz da pessoa mais linda e pura que conhecia estava se apagando de forma cruel. Era o fim da única alma que me amava de verdade".