O Limite De Te Amar (Vondy) [Livro Um]

Capítulo 12: parte.- II

C. Uckermann

      
   Estou novamente naquele clube por causa de Eliza e de sua insistência. Não entendia o por que de querer tanto está ali naquele local onde passou um dos seus piores dias ou talvez o pior de todos em sua vida. O dia em que descobriu a história estúpida entre Fernando e Blanca, algo que eu não queria que ela soubesse, queria que crescesse sem dor e sofrimento por causa desta história, mas não fui capaz de esconder isso dele e sofri junto com ela. As lembranças daquele dia assombravam-me sempre, todas as vezes que me lembrava do quanto ela chorou do quanto que ele perde depois daquilo, depois de tudo que minha discussão com Fernando naquela maldita festa quinze anos dele causaram em sua vida me sinto fraco, impotente. Devia ter cuidado mais desse segredo e se não fosse por isso minha irmã não seria tão fria e egoísta como é hoje aos vinte e dois anos e que o aniversário de vinte e três anos dela que será daqui uma semana, seja muito feliz e animado, sem dor e sofrimento, mas as lembranças de quem um dia foi Elizabeth Catarina me doía a alma me lembrar do seu sorriso meigo e verdadeiro e seu jeito colorido de ver o mundo. Sinto falta da velha Elizabeth, mas ainda a amo, apesar de tudo.
                   
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     Não estou aguentando ver a forma como aqueles marmanjos olham para minha irmã ali com aquele biquíni branco com detalhes em lilás e verde e muito pequeno e eu havia lhe implorado para por um maiô, mas ela como sempre conseguiu me domar pela milésima vez e agora tenho que aturar esses caras rondando ela como um gavião em sua presa, sei que minha irmã e crescida e já sabe se cuidar muito bem sozinha, mas meu instinto de proteção não me deixa em paz e eu não tolera as coisas que lhe possam fazer mal como eles, mas sei que fiz uma promessa a ela e não iria descumpri-lá, tenho que deixá-la livre para encontrar alguém que a ame que lhe trate bem assim como eu, e a cima de tudo protegê-la de todos os perigos que a rodeiam o tempo todo, e sei que aquelas caras ali não tinham capacidade para isso e que seus olhares não tinham nada de bom escondido neles e não eram certos a ele, mas olhar não arranca pedaço nem nada e sei que minha irmã é linda e eu tenho orgulho dela ser tão valorizada por todo, apesar da forma ser boa o ruim não importa, nada disso importa para mim, não mais.
   Elizabeth parece nem se importar com nada e só está deitada em uma espreguiçadeira, enquanto escuta música no fone de ouvido e devora um picolé de uvas, acho que nem notava os olharem lançados em sua direção e isso indicava que não estava nem ai para nada daquilo e só se importava em pegar um bronzeado e fazer inveja nas outras, coisa que eu não entendia o por que disso.

   Dove não para de me olhar enquanto nada na piscina e seus cabelos negros e molhados se colam a sua costa. Emmy estava com um monte de meus amigos a sua volta e eles pareciam trocar um assunto bem interessante com ela.

— Christopher vem mergulhar comigo — pede Dove vindo para a beirada da piscina. Não estou muito afim de mergulhar, ainda mais com Dove e suas garras. Ela realmente devia me superar e partir para outra, mas ela parecia incapaz de entender que não irá nada entre nós e pronto.

— Depois eu vou — digo.

— Vem agora — pede fazendo beicinho.— Daqui a pouco irei sair daqui, só um pouco.— diz com uma voz infantil. Eu terei que obedecer e vazar antes que ela comece a fazer besteira.

— Só um pouco — digo, tirando a camisa e pulando na piscina.

Dove tem um sorriso cafageste no rosto, não entendo o que ela ver de tão interessante em mim, para me desejar tanto e nunca ter superado a noite em que passamos juntos, que para mim fora só uma noite qualquer como foi com qualquer outra, mas para ela as coisas são bem diferentes em seu modo de ver, mas nada se aplicava a mim.

— Essa água tá gostosa, né? — tentando puxar assunto, mas eu somente assinto com a cabeça nem olhando para ela direito, somente concentrado no cara que conversava com Elizabeth.