Capítulo 6: parte II

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C. Uckermann

     São nove da manhã e Eliza parece inflexível, brigando comigo por causa da confusão com aquele tarado na pizzaria. Eu nunca entendi por que ela defendia tanto aquele imbecil, ela precisava entender que não podia confiar tanto nos outros.

— Ucker pelo amor de Deus porque é assim? Porque não me deixa em paz. Porque não posso paquerar, namorar, hein?–com as mãos apoiadas em sua cinturinha minúscula. Ela usa uma calça leve preta que se ajusta bem nas coxas e uma regata branca, seu rosto esta sem maquiagem e ela tem manchas avermelhadas sob os olhos anis. Seus cabelos louros e pratinados estão amarrados em um rabo-de-cavalo mal feito que faz uma mecha cair em sua face.

— Porque você é muito ingênua, e os caras usam isso para leva-la para a cama e não te dão o menor valor. Não quero que lhe façam mal Elis.–digo, mas ela continua irritada batendo o pé repentinas vezes no chão do meu quarto.

— Ucker eu tenho vinte dois anos, vou fazer vinte e três em três meses, já sou adulta o suficiente para cuidar da minha vida amorosa, e eu sei o que fez com a garçonetizinha de quinta ontem.

— Não sei do que esta falando.–reviro na cama.

— Ucker eu posso ser loira, mas não sou burra. Sei que você e ela se pegaram.

— O que te levam a acreditar nisso?–questiono. O que eu fiz de errado, eu fiz tudo direito como percebeu.

— Ah! Ucker! Você demorou muito, e quando voltou estava todo amarrotado, e acha que não dá para ver esse chupão horrível em seu pescoço.

Pego na mentira.

    Olho para ele que era em formato de foice e estava roxo agora. Aquela garçonete estava necessitada pela forma maluca que tentava arrancar minha roupa, e sem julgar pelas outras marcas que deixara em mim em outros lugares. Eliza odeia quando minto para ela. Tento não faze-la mais ver isso e tento tapa-lo com a gola da camisa, mas ele esta bem exposto.

— Ucker quando vai sair do meu pé e me deixar livre?–isso não estava esperando. Nunca havia me questionado isso, nunca. Não serei capaz de abandona-la nesse mundo cruel que podia machuca-la e fazê-la chorar como antes, eu não queria isso nunca mais, se pudesse daria minha vida por ela se isso a fizesse feliz, mas o fato dela dizer que não esta feliz me mágoa profundamente, eu estou a deixando infeliz, pressa com meu cuidado possessivo por ela?

— O que esta dizendo com isso?–sento fitando diretamente suas gemas azuis.

— Ucker...olha sei que me ama, eu também te amo, mas eu acho que me subestima demais, acha que sou fraca, e não posso sofrer. Eu sou mais forte do que você imagina.–ela sentou ao meu lado e pos meu rosto entre suas mãos macias e quentes. Ela cheirava a baunilha.

— Eliza...–eu ia discordar,mas ela me impediu de completar a frase.

— Shiu...eu posso superar meus problemas sozinha coloca isso em sua cabecinha ouviu.–sacudiu minha cabeça e eu e ela rimos.— Entendeu?

— Não.

— Ucker!–me repreendeu ela, me dando uma tapa em meu ombro.

— Brincadeira...vou tentar dá espaço para você, tentar.-especifiquei. Nós rimos e fizemos cócegas um no outro como antigamente. Apesar de todos os problemas que tínhamos a nossa volta e tudo que não tínhamos, tínhamos um a outro, e sempre teríamos.

★                                                 
       
D. Maria

         Estou em minha toca particular fitando as ultimas fatias de meus pães de forma que me restaram, as lambuzo com manteiga de amendoim, deixando encostar um pouco do conteúdo marrom e grudento em meu polegar, o chupo limpando.
     Dou a primeira mordida em meu sanduíche, que era oficialmente a única coisa que consumia a dias e meu corpo já estava se enfraquecendo aos poucos, mas eu não iria ferir meu orgulho e pisar naquela cozinha novamente, e nem fitar o rosto infantil e totalmente lindo do meu meio-irmão e nem o da minha meio-irmã Elizabeth. E com esse pensamento engulo inteiro a massa seca do pão de forma, que desce rasgado minha garganta. Teria que aguentar ficar sem me alimentar até ter dinheiro e poder repor meu estoque de comida, e viver a base da manteiga de amendoim pura.
   Levanto-me da minha cama sacudindo os farelos em minhas roupas. Olho para todos os lados do pequeno quarto escuro, e as paredes cinzas e mofadas parecem se aproximar lentamente de mim como se fossem me esmagar como nos filmes de terror, e era definitivamente um filme de terror minha vida.

                                                             ***
      Dois dia depois...

       Não como nada além de manteiga de amendoim, e ela já começa a ser tóxica ao meu estômago, que grita por outra coisa: comida de verdade, proteínas, cálcio, vitamina. Meu corpo realmente precisa disso. Não tenho força para levantar, enquanto levanto as vistas escurecem e tudo vira um borrão em minha cabeça. Me agarro a pequena cômoda ao lado da porta me apoiando nela, meu corpo treme. A fraqueza e mais forte e eu vou ao chão gelado.

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    O Limite De Te Amar (Vondy) [Livro Um]Onde histórias criam vida. Descubra agora