Capítulo 7: parte.- I

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        Sinto o cheiro adocicado de álcool e recobro a consciência, abrindo as pálpebras com lentidão. Seu rosto de feições perfeitas está em minha frente, e apareço alucinação. Sua voz parece distante em minha cabeça. Não sei onde estou.

— Dulce você está bem?–pergunta, colocando algo em minha testa. Não consigo pronunciar um som sequer. Estou em câmera lenta, e vidrada em seus lindos olhos cor de amêndoa.

— O...quê aconteceu?–a minha voz saiu fraca demais que não sei se foi audível.

— Você desmaiou...eu acho.–uma ruginha se forma em sua testa. Ele passa os dedos em seus cachinhos os deixando ainda mais bagunçados. Noto que esta sem camisa em minha frente, é inevitável não reparar em seus músculos definidos. Tenho vontade de massagear de seus ombros até sua barriga, mas não posso. Mordo o lábio para afugentar essa ideia de minha cabeça.
    Desvio a atenção de seu abdômen definido para o lugar onde estamos. Não é a toca. É um lugar espaçoso, e bonito. Um quarto com paredes em tom de gelo. Há poster de cantores que não conheço. Uma poltrona enorme e preta ao lado da porta.

— Hei!–me chama estralando os dedos em minhas bochechas como se estivesse em outro planeta.

— Onde estamos? Porque estou aqui? E como você pode ser tão...–disparei várias perguntas. Não completei a última que era atrevida demais, e me achei louca por isso.

— Meu quarto. Eu te trouxe. E tão o que?-ele se curvou deixando nossos rostos mais próximos. Seus lábios estão tão próximos dos meus, e tão tentadores. Mordi os lábios com mais força e senti gosto de sangue.— Tão o que?-repete esperando uma resposta.

— Tão... - gostoso. — Tão... - maravilhoso. — Tão... Feio.– falo depois de um tempo pensando em algo a falar a ele que não fosse um elogio, e que ele não percebesse a vontade que tinha de beija-lo todo. Mas chama-lo de feio foi uma idiotice. Ótimo! Agora ele irá me achar uma tonta.
   Arregala os olhos, logo em seguida sacodi a cabeça com um sorriso brincalhão nos lábios. Ótimo agora eu sou uma tonta palhaça. Mas melhor do que assumir que ele é uma coisa.

— Feio!?–arqueando uma sombrancelha.—  De tudo de ruim que existe em mim, você me acha feio?-com uma grande dose de incredulidade.

— Ah!...esquece o que eu disse.-pesso. Eu queria sumir dali, e enfiar minha cabeça em um buraco o não ver a luz do sol nunca mais. Apesar de meu lábio estar ferido o mordo novamente sentindo o gosto salgado e enferrujado de sangue. Meus olhos se encherem de lágrimas pela dor.

— Não faz isso.–ele ponhe um de seus polegares entre meu lábio inferior ferido e meus dentes os separando. Esse contato vez com que o mundo parasse ao meu redor. Queria que fosse os lábios dele que estivessem ali no lugar do polegar. Olho em seus olhos, mas depois desvio.

— Não precisa ficar com medo de mim.-diz passando o polegar dos lábios para a maçã do meu rosto. Lembro que onde ele acaricia agora foi onde ele me bateu. Afasto sua mão.

— N-não tenho medo de você.-abaixo a cabeça, fitando minhas mãos sobre o colo.

— Então porque não consegui olhar nos meus olhos?-sua voz parece um canto tão doce e lindo.— Olhe para mim.–pegou de modo sutil em meu queixo me fazendo fita-lo.
   Não respondo nada, estou viajando em seus olhos.

— Dulce...desculpa pelo que aconteceu naquele dia. Estava de cabeça quente, e descontei em você.-começou ele a se desculpar.

  Não sabia se devia perdoa-lo depois do que fez a mim. Aquilo que aconteceu me magoou profundamente.

    O Limite De Te Amar (Vondy) [Livro Um]Onde histórias criam vida. Descubra agora