Anne - Alemanha
Vejo os grandes portões de ferro serem abertos, os seguranças dando passagem ao motorista e olhos curiosos para o banco do carona à qual estava sentada. Em um tímido sorriso cumprimento quem quer seja, mesmo com os olhos cansados da viagem a ansiedade tomava conta pelos anos que passei longe.
-Senhorita Anne, chegamos.
Max anuncia chamando minha atenção, espero pacientemente ele sair do seu banco e se deslocar até a porta do carona para abrir a porta para mim, tento segurar-me para não fazer eu mesma algo tão simples, porém a formalidade e educação que busquei estes anos morando no internato seriam desperdiçados. Com sua mão esticada ele ajuda me dando passagem para sair do automóvel, as portas principais da mansão abrem rapidamente revelando uma senhora de estatura baixa com um coque polido grisalho e os braços abertos, sinto meus lábios tremerem e o resquício de elegância que tentava manter se desfazem enquanto seguro as laterais do vestido correndo para um abraço.-Gaia que saudade!
Sinto meus olhos marejarem.-Minha menina. Ela volta a encarar meu rosto.-
-Está uma moça feita agora, está tão linda, nem posso acreditar que voltou. Ela fala empolgada, entrelaçando sua mão na minha e me puxando para dentro do hall de entrada.-Nem eu acredito parece um sonho, onde está papá?. Tento localizar ele pelos grandes cômodos da casa.
-Miller chegará na primeira hora da manhã, deixou dito que estará para o café com você assim que acordar, teve que sair ...
-Para os negócios. Completei sua frase. - Tem coisas que nunca mudam não é mesmo.
-É verdade minha menina. Ela devolve um sorriso sincero.-Vamos preparei seu quarto, está intocável desde sua partida, tomei a liberdade de preencher seu guarda roupa, Ester aquela malcriada me ajudou disse que eu era uma velha antiquada para lhe escolher roupas você acredita!?
Gargalhei alto com sua confissão.-Tratando-se de Ester não esperaria menos, mas vamos subir, estou realmente cansada dessa viagem papá conseguiu me esconder em um buraco sem fim.
-Ó não fale assim, Miller teve seus motivos você sabe que ele a ama mais do que qualquer coisa. Concordei com a cabeça subindo as escadas.
Gaia não mudou nada, ela sempre foi muito sincera nos termos dela. Italiana nata, veio para Alemanha junto com minha mãe, ela cuidou dela desde que nasceu e hoje cuida de mim. Seguindo os costumes, para ela meninas deviam brincar de boneca e fazer aulas de ballet. Eu era o oposto, ao invés de andar maquiada pela casa os joelhos viviam ralados. Consegui convencer papá a me deixar fazer defesa pessoal, não que eu tivesse um talento para algo do tipo, porém o argumento foi válido quando comentei se os seguranças não estivessem por perto não saberia o que fazer.
Antony o chefe da segurança de casa me deu algumas aulas, ele sempre falava "o inimigo não espera o ataque" e quando pensava em me defender sentia meu corpo ir ao chão.
Chegando ao meu quarto Gaia não mentiu quando disse que o manteve intacto, podia ver a cama com dossel centralizado e os bichos de pelúcia nas estantes. A esquerda ficavam duas portas que levavam para a varanda sendo meu lugar favorito no cômodo e a direita o closet anexado ao banheiro.
-Vou deixar você descansar meu amor, tem um pijama e produtos de higienes novos no banheiro.
-Não esperava menos, porém me tornará mimada mais que o necessário, sabe que lá fazia tudo sozinha. Sorri para ela.
-Pois me dê o luxo de te paparicar, preciso recuperar o tempo perdido. Ela fala empolgada.
Deixo um beijo em sua bochecha antes que ela feche a porta, vou até o closet coloco o pijama e faço minha higiene. Olho para a cama e antes que possa pensar em deitar pego um cobertor enrolando-me como quando fazia antes de partir e vou em direção à porta da varanda na expectativa de ver minha cadeira reclinável de madeira que usava para ver às estrelas, para minha sorte a mesma estava no lugar como sempre, à noite fria mas estrelada me deixa confortável, sento na cadeira velha mas firme e a inclino.
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Amor ao Capo - (Mafiosos) - #Série L'amore lá Máfia (Revisando)
Romans(+18) OBRA DEVIDAMENTE REGISTRADA. Plágio é crime! ISBN: 9798616026156 "Meu coração bateu forte, não havia lugar para onde correr, não me julguem, não me considero uma mulher fraca, mas todos temos certos limites e se eu batesse de frente com ele n...