Capítulo XVI

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  [...]
  O tempo todo eu acreditei que te encontraria,
  O tempo trouxe o seu coração para mim,
  Eu te amarei por mil anos,
  Eu te amarei por mais mil. [...]
  - A Thousand Years - Christina Perri.

  Heitor saiu com Elise, não antes de me fazer contar o que aconteceu depois que eu e Nicole saímos da delegacia. E, não antes de eu fazê-lo prometer que pediria Elise em casamento.
  Ele prometeu.
  Antes de ir para o apartamento, deixei Nicole em um hotel que ficava bem perto - apesar de ter insistido muito para ela voltar para o apartamento comigo - , ela prometeu que viria a noite, disse que conversaríamos sobre mais cedo.
Sobre o beijo.
  Tomei banho, chequei se meu rosto estava menos mal, e estava, menos inchado, menos roxo, achava que mais um dia e nem apareceria mais os hematomas.
  Quando a campanhia tocou eu já estava de roupa trocada, sentado no sofá, escutando músicas aleatórias selecionadas em meu pen drive  para o som.
  Levantei e abri a porta.
  Eu sabia que era ela, mas mesmo assim meu coração saltou assim que a vi. Ela sorriu e por um instante achei que tinha esquecido de como respirar.
  - Pietro? - ela sorriu - Pietro! - ela chamou.
  - Vo-você está linda, quero dizer, mais do que já é.
  Ela corou.
  - Obrigada.
  - Entra.
  Nicole entrou. Ela estava com um vestido azul-marinho, acima do joelho, com um decote em formato V nas costas, o cabelo dela estava solto.
  Tocava Talking to the Moon.
  Nicole sentou no sofá, eu sentei ao seu lado.
  - Então...- começou ela.
  - Então? - perguntei.
  - Sobre mais cedo...
  - Nos beijamos? - arrisquei.
  Ela sorriu.
  - Isso, e...- ela suspirou - Pietro, eu achei que seria um beijo de despedida, achei que não te veria de novo...- agora tocava Give me love - Mas quando nos beijamos...Eu não queria que aquele momento terminasse.
  Eu olhei para ela.
  - Nem eu. Achei que meu coração não suportaria tanta felicidade. Era como um sonho se realizando. Mas a campanhia tocou...- a maldita campanhia - E você foi embora.
  - Pietro, eu preciso confessar algo para você. Naquele domingo, naquele em que você fotograva o casal na praça, eu...- ela fechou os olhos e quando os abriu novamente ela desviou-os de mim para suas mãos - Algo em você me atraiu, talvez fosse o modo como demonstrava paixão por está fotografando.
  Eu franzi a testa.
  - Está dizendo que...
  - Passei a tarde inteira daquele domingo observando você tirar fotos daquele casal, eu estava acompanhada da irmã do Eric, ela queria que eu falasse com você, - ela riu - Então convenci ela de no máximo sair em uma de suas fotos, só que nunca imaginei que...
  - Eu me apaixonaria por você. - completei.
  - Eu não te reconheci, achei familiar, você mudou, seis anos...- ela voltou a me fitar - É inacreditável como em tão poucos dias você conseguiu confundir meus pensamentos, como do nada me pego pensando em você. Parece loucura.
  - Sei como é.
  - Sempre achei que ninguém era capaz de amar alguém de cara, sempre acreditei que isso levaria tempo, mas agora, acho que já amamos alguém antes mesmo de conhecê-la, e quando finalmente a encontramos ele só desperta.
  Meu coração pulava como louco em meu peito.
  - Você voltou por mim, você...
  - Voltaria mesmo que você não tivesse sido preso, voltaria porque...você, Pietro, me faz bem, me faz feliz e me traz uma paz que não sou capaz de explicar. Eu sou a garota do poema, a garota que você queria encontrar.
  - Eu a encontrei e a menos que ela diga não eu vou beijá-la. - avisei.
  Ela sorriu e encostou sua testa na minha, ficamos assim por alguns instantes.
  Então meus lábios se encontraram com os dela.

A Garota da FotografiaOnde histórias criam vida. Descubra agora