"Se jogue nas alturas, sinta a brisa, arrisque-se. Se o paraquedas não abrir... voe!".
Quarenta mil pés de altura, a uma velocidade de novecentos e oitenta e dois quilômetros por hora. Essa era a altura e velocidade da raiva que eu sentia. Eu ainda estava muito brabo com a discussão que tive com Linkin há dez horas atrás. Eu não podia engolir a desconfiança que aquele homem tinha de mim. Que tipo de futuro iríamos ter desse jeito? Já estava casado há três meses com aquele cara e ele nunca tinha tido um ataque de ciúmes como o da noite passada.
Eu estava pensando nisso quando o jato particular da empresa atingiu a sua altitude de cruzeiro e o aviso de colocar os cintos foi apagado. Eu estava ouvindo as minhas músicas pelo sistema de som do avião quando Linkin falou comigo.
― Amor ― Me chamou. Ele estava sentado de frente pra mim. A minha vontade foi de não responder, contudo não fiz isso.
― Oi ― disse seco.
― Olha pra mim ― pediu, mas eu não fiz, apenas olhava o céu que estava escurecendo.
― Por favor ― ele pediu com um tom calmo, isso foi o bastante para me fazer virar a cabeça e encará-lo ― Me desculpa! Eu fui um idiota, tratei você mal, reconheço que não deveria ter feito isso. Eu só quero que você entenda que eu sinto ciúmes de você, muito ciúmes mesmo. Não consigo suportar a ideia de outro cara te tocando, tocando o meu esposo. Sei que isso não justifica o que eu fiz, mas só quero que entenda porque eu fiz.
― Eu casei com você, Linkin. Eu esperei quase dois anos por você. Eu abri mão de parte da minha vida por você. Eu amava os meus alunos, o meu emprego. Eu enfrentei a sua ex-noiva psicótica pra ficar com você, isso não te diz nada? ― perguntei calmo.
― Desculpa por isso ― disse ele cabisbaixo. Eu soltei o cinto de segurança da minha poltrona e fui sentar no sofá ao seu lado e encaixei o meu rosto no seu pescoço.
― Você não precisa se desculpar. Foi uma escolha minha, porque eu te amo, mas quero que você entenda que eu escolhi ficar com você e só com você. Sempre serei seu ― disse cheirando o seu pescoço.
― Sempre meu ― respondeu ele.
― Sempre nosso ― respondi e comecei a beijá-lo. O beijo foi ficando cada vez mais quente.
― Quero você, quero você agora ― disse ele.
― Mas nós estamos em um avião ― disse olhando pra ele.
― O que tem isso a ver com a gente transar? ― perguntou ele rindo.
― Tem uma comissária a bordo na outra sala e dois pilotos, e se eles vierem aqui e nos pegarem no flagra? ― perguntei, ele apenas respirou fundo e apertou um botão próximo a poltrona dele.
― Senhor Linkin? ― perguntou o copiloto.
― Comandante ― cumprimentou Linkin ― Queria saber quanto tempo ainda falta para o destino ― ouve uma pequena pausa e depois o copiloto respondeu.
― Aproximadamente duas horas e vinte minutos, senhor ― disse ele.
―Certo, comandante. Eu preciso de um momento de intimidade com meu esposo, não quero ser interrompido, mesmo que seja ouvido alguns gritos ― disse o meu marido. Eu fiquei pálido no ato, mas mudei pra vermelho quando o copiloto deu um risinho e respondeu.
― O senhor é quem manda, vou avisar a comissária para ela não entrar na cabine principal ― depois disso o aparelho emitiu um bip e a luz apagou. Linkin voltou a olhar pra mim e começou a rir da minha expressão.
― O que foi? ― perguntou ele.
― Você acabou de dizer aos pilotos que vamos transar?! ― indaguei.
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Aceito? Aceito! (Romance Gay)
Romance(LIVRO 2 - CONTINUAÇÃO DE " O IRMÃO DO MEU ALUNO"). Oliver Porscher é um jovem professor de 23 anos recém-casado com Linkin Guimarães, um empresário de 28 anos que comanda um quase império do seguimento dos transportes. Os dois ainda em clima de lu...