A? A! - Capítulo 21 - Raiva.

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Raiva. 

Isso descreveria bem o que eu estava sentindo. Raiva.

A raiva é um sentimento de protesto, insegurança ou frustração contra alguém ou alguma coisa. Raiva é aquilo que as pessoas demonstram quando se sentem ameaçadas. Esse sentimento varia de intensidade e de pessoa para pessoa, podendo ser uma simples irritação ou uma demonstração de fúria. A minha raiva era bastante calculada.

Eu sentia raiva por tanta coisa, por estar sendo enganado, por me deixar ser enganado. Quatro meses vivendo uma mentira.

Mas a pergunta que não calava na minha mente era: Por que ele tinha mentido para mim? Por que ele não tinha confiado em mim? Se ele tivesse me contado, as coisas seriam diferentes. Linkin teve a oportunidade perfeita para isso, e perdeu.

Bem, eu não perguntaria também, tinha medo da resposta, pois sabia que ela seria um mentira.

Eu estava ali com lágrimas em meus olhos, uns cortes nas mãos e com um carro que vale milhões destruído, o carro e meu coração. Não sabia quanto tempo eu passei naquela posição, com os joelhos contra o meu peito, soluçando.

Fui me acalmando, meu coração desacelerando e a raiva momentânea diminuindo. Respirei fundo e fiquei de pé. Olhei para a Ferrari vermelha, a cor da traição. Peguei meu smartphone e fiz uma ligação.

— Alô — atendeu um Scott sonolento.

— Preciso que você remova a Ferrari que está aqui na garagem do meu prédio e mande arrumar os livros e painel dela — disse sem emoção.

— O quê? Por quê? — quis saber dele.

— Eu destruí os vidros com um taco de beisebol — respondi.

— Você fez isso por quê? — indagou ele assustado.

— Quando é a próxima viagem do meu marido aos EUA? — perguntei ignorando a sua pergunta.

— Essa semana — disse ele receoso.

— Ótimo, arrume tudo para que eu vã junto — disse.

— E como você espera que eu justifique isso? — pediu ele.

— Menos perguntas e mais ação. Essa parte eu resolvo, então saia dessa cama, largue essa Nutella e o sofrimento por Gabriel e venha trabalhar — disse solidário — O trabalho ajuda a esquecer.

— Como você sabe que eu estou assim? — perguntou Scott.

— Eu já estive no seu lugar — disse desligando. Subi no capo do carro e fui até o taco que estava cravado no carro. E assim como o rei Arthur, eu tirei a minha Excalibur da rocha.

***

O Sol brilhava pela minha janela, o dia estava calmo. O quarto silencioso, tudo que eu ouvia era o ronronar do sono do meu marido e a minha raiva que gritava para acerta-lo com o taco de beisebol.

Levantei da cama e fui até a janela, a brisa da praia entrava no quarto me trazendo calma. Respirei fundo inalando aquela sensação de calmaria, pois daqui para frente eu precisaria de muita calma e sangue frio.

Meu alarme começou a soar me avisando que era hora de começar a rotina. Fui para o banheiro e tomei um banho frio, sem demora e voltei para o closet. Pela primeira vez em 9 meses de casado, a tarefa de escolher a roupa de Linkin pela manhã me causou dor, mas engoli o choro e escolhi seu melhor terno. Azul...

Depois da tarefa concluída eu me arrumei e fui para cozinha. Como sempre, meus colaborares já estavam se preparando para suas obrigações pela manhã. A Queen já preparando o mise en place para o almoço, as gêmeas separando roupas e produtos para limpar a casa. Guilherme já estava preparando o lanche de Ângelo.

Aceito? Aceito!  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora