A?A! - Capítulo 14 - Caos

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Revisado por Luiz Monteiro

Acho que foi no ano passado que eu li essa frase do Elbert. "Há seis requisitos necessários para um casamento ser feliz: o primeiro chama-se Fé, e os outros cinco, Confiança". O meu casamento só tinha um dos requisitos.

Linkin sentou na cama de cabeça baixa, estávamos pensando o que poderíamos dizer um para o outro.

― Amor ― começou ele ― eu sei que eu fiz muita merda ontem, não sei o que anda dando em mim esses dias, talvez seja a preocupação e as responsabilidades da empresa. Sei que não tenho sido um bom marido ― então ele veio ate mim e se ajoelhou na minha frente ― Mas eu te amo, eu te amo mais do que a mim mesmo. Oliver, eu amo você.

Seus olhos estevam marejados. Seu rosto mostrava cansaço e preocupação, mas eu não podia fraquejar agora.

― Ano passado eu te bati no rosto ― lembrei do episódio em Lisboa ― e você me perdoou, por isso eu vou fazer o mesmo em relação ao soco, mesmo sem querer, você me deu.

― Obrigado ― disse ele olhando pra mim, com um pequeno sorriso no rosto.

― Mas a humilhação que você me fez passar, isso não dá pra perdoar. Não agora ― disse soltando a mão dele e saindo do sofá para o meio do quarto.

― Oliver ― disse ele.

― Linkin, olha pra mim ― pedi, ainda de joelhos ele olhou.

― Eu tenho apenas 23 anos ― disse com os olhos já alagados em lagrimas ― eu sou um menino praticamente. Acho que deveríamos ter esperado mais para casar.

― Não ― pediu ele ― não diz isso.

― Estamos casados a quatro meses ― continuei ― mais parece que somos casados há anos e o matrimônio já foi desgastado.

― Eu sei que você assumiu muita responsabilidade com tudo que aconteceu, mas se você quiser, eu posso contratar mais pessoas, podemos nos mudar... ― começou ele em uma tentativa desesperada de encontrar uma saída.

― Essa não é a questão, Linkin. O seu dinheiro nem de longe é a solução dos nossos problemas ― disse.

― Nosso dinheiro, ele também é seu ― argumentou Linkin.

― Seu dinheiro ― insisti ― Escuta, você lembra do dia que ficamos juntos?

― Lembro, você foi até a minha casa. Depois da minha mãe ir te buscar, eu estava no meu quarto quando você chegou ― ele lembrou.

― Eu estava nos seus braços quando você perguntou se eu achava que poderia dar certo entre a gente ― disse indo sentar na cama. Ele já tinha sentado no sofá ― lembra do que eu perguntei?

― Você perguntou se eu tinha noção da minha escolha e das consequências ― disse ele.

― Quando eu aceitei casar e enfrentar esse mundo com você, eu disse que ia precisar de você, do seu apoio porque sozinho eu não iria conseguir ― disse ― Ontem foi um exemplo disso, eu precisava de você, mas você fez uma escolha. Escolheu me deixar desamparado, escolheu ver os seus supostos amigos me humilharem, fazendo eu me sentir um nada, me senti um professorzinho casado com um grande milionário.

― Se esse for o problema, podemos resolver isso. Você pode vir trabalhar na empresa, tenho certeza... ― mais uma vez ele estava desesperado para encontrar uma solução fácil para os nossos problemas.

― Linkin, me ouve ― disse olhando fundo nos seus olhos ― a minha única ambição é ser feliz. E eu só vou conseguir isso se você estiver ao meu lado, me apoiando, senão esse casamento está fadado ao fracasso porque eu não sou tão forte quanto eu aparento, não sozinho ― disse já chorando. Então ele veio ao meu encontro e me abraçou com toda a sua força.

Aceito? Aceito!  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora