A?A! - Capítulo 23 - Don't Hurt Yourself

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Água é o elemento que nos dá a maior sensação de liberdade, não lembro quem me disse isso exatamente. Era assim que eu me sentia com água escorrendo pelo meu corpo. Me sentia livre das mentiras.

Eu estava dividido em um misto de dois sentimentos, a alegria por estar livre desse peso e a tristeza por não estar mais junto com o meu amor. Sim, porque ele ainda era o amor da minha vida, eu só desconhecia o homem que ele tinha se tornado.

Depois de um tempo refletindo eu finalmente desliguei o chuveiro e peguei a toalha para me enxugar. Olhei para o aparador onde tinha deixado minhas roupas, mas elas não estavam mais lá. Enrolei a toalha na cintura e saí para o quarto.

― Você viu as minhas roupas? ― perguntei para Nicolas que estava deitado na sua cama apenas de short enquanto tomava sorvete no pote como uma grande criança.

― Andrew a levou para lavar aqui no hotel e providenciou novas para você dormir ― disse ele apontando para uma cadeira. Fui até ela e peguei a sacola, dentro tinha uma calça e camisa moletom com chinelos e meia.

― Vou me trocar ― disse a ele indo para o banheiro

― Você pode fazer isso aqui mesmo ― disse ele de forma maliciosa.

― Não mesmo ― respondi.

― Ah se você não fosse casado e apaixonado ― disse o Themonium.

― Eu não sou mais casado ― gritei de onde eu estava.

― Nem você acredita nisso ― gritou ele de volta. Troquei de roupa, penteei o cabelo e me olhei no espelho. Eu estava pálido, cabelo sem vida e com olheiras que se destacavam em meu rosto. O dia tinha sido tão longo. O meu smartphone tocou em cima da pia. Olhei a tela e vi que era mais uma mensagem de Linkin, a de numero 61. Voltei para o quarto de Nicolas.

― O que achou? ― perguntei.

― Preferia você sem roupa ― disse ele rindo. Eu peguei uma almofada e joguei nele. Era incrível como ele podia ser descontraído mesmo nessa situação.

― Obrigado por tudo, Nicolas, principalmente por conversar e me acalmar no carro ― disse a ele.

― É o que bons amigos fazem uns pelos outros ― disse sorrindo.

― Somos amigos? ― perguntei.

― Infelizmente ― disse ele revirando os olhos.

― Até parece que você não está apaixonado pelo Andy ― rebati.

― Eu não estou ― respondeu ele de forma malcriada.

― Quem está se enganando agora? ― perguntei rindo.

― Tá ― disse ele sentando na cama ao meu lado ― Eu estou apaixonado por ele. Mas isso não muda nada.

― Claro que muda ― disse socando o ombro dele de leve.

― Nós estamos aqui para falar da sua vida amorosa e não da minha ― disse ele.

― Mas a minha vida amorosa já foi para as cucuias e a sua pode estar só começando ― disse.

― Eu não sei, não acho que ele goste de mim ― respondeu ele inseguro.

― Nicolas Apolline inseguro? ― disse brincando ― isso é novidade.

― É sério, Oliver. Acho que ele não gosta de mim ― disse ele se jogando para trás.

― Por quê? ― fiquei surpreso.

― A gente se beijou ― ele abriu o sorriso lembrando.

― E como foi? ― perguntei ansioso.

Aceito? Aceito!  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora