A?A! - Capítulo 12 - Conta Secreta

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A postura corporal é de fundamental importância para definir um homem sedutor, pois demonstra muito da sua personalidade antes mesmo dele dizer uma única palavra. Postura corporal que passa o aspecto de insegurança, nervosismo, ansiedade e desânimo causa repulsão, enquanto homens que demonstram uma postura de confiança, liderança, atitude e bom humor provocam forte atração nas mulheres ou homens. Nicolas Apolline se encaixava bem na segunda descrição. Imponência era a palavra que definia aquele homem.

Bem alinhado com ternos caros que eu nem saberia dizer o quanto vale ou de que marca é. Ele entrou no salão com aquele ar sedutor, veio em nossa direção, nos encarou e passou. Isso foi suficiente para deixar as nossas pernas trêmulas, sem fala.

― Mas que homem é esse? ― perguntei incrédulo a minha irmã.

― Ele é o editor chefe da GQ, aquela revista masculina que o seu marido lê religiosamente ― explicou Miley ― Não sabia que ele estava no Brasil.

― Ele veio para o São Paulo Fashion Week ― disse uma moça do nosso lado ― Está aqui com o novo assistente.

― Ele é um tremendo de um gostoso ― disse Miley.

― Ele é Gay? ― perguntei.

Afinal, admirar não tira pedaço, pensei.

― Não existe nada de concreto, apenas boatos de tabloides ― disse a moça. Continuamos ali conversando entre nós três. Mas eu sempre dava uma olhadinha para o tal editor chefe. Talvez em retaliação ao comportamento do meu marido que cada vez ficava mais bêbado. As horas iam passando e aquilo realmente já estava ficando chato, e Linkin já estava na beira do limite. Pedi licença a Miley e fui até ele.

Meu marido estava em uma roda de amigos conversando sobre a temporada passada do futebol Americano. Ele era fã, eu por outro lado só assistia ao Super Bowl Halftime Show, que naquele ano a cantora Katy Perry tinha feito um grande espetáculo.

Cheguei perto deles, mas me senti acanhado. Todos estavam muito bem vestidos, relógios caros, chaves de carros importados, cigarros vindos do outro lado do mundo. Eu definitivamente não me encaixava entre eles. Um verdadeiro peixe fora d'agua, pensei.

― Ah, hum ― chamei a atenção, todos na roda me olharam com certo ar de superioridade ― Vamos embora? ― convidei.

― A festa está ótima, porque ir embora? ― perguntou Linkin.

― É melhor ― aconselhei.

― É quem é você para dizer o que é melhor para um de nós? ― perguntou um loiro. Olhei para Linkin esperando que ele se manifestasse, me apresentasse como marido ou pelo menos falasse algo, mas tudo que ele fez foi tomar mais um gole da sua bebida cara.

― Eu vim com ele ― foi a única resposta que eu pude formular para aquela pergunta ridícula.

― Então eu acho que você pode voltar sozinho ― continuou o loiro.

Eu não acredito que isso está acontecendo.

Fechei os olhos, respirei fundo e abri o meu maior sorriso.

― Tudo bem, a gente se ver por aí, parceiro ― disse para Linkin saindo da roda.

Humilhado.

Enganado.

Subjugado.

Exposto.

Indignado.

Traído.

Rejeitado.

Aceito? Aceito!  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora