Hoje em dia a sociedade está muito dividida em papéis, até na comunidade isso existe, Linkin sempre foi hétero, e quando se apaixonou por mim, ele se tornou ativo, o que era mais próximo da sua realidade, mas eu sentia falta disso também.
― Eu vou ser o quê? ― perguntou olhando fixamente para mim.
― Linkin, a panela ― falei, quando a comida começou a pegar fogo. Ele se atentou e arrumou a bagunça. Mas ficou calado, não insisti, mas não renunciaria àquilo.
―, Mas não está bom do jeito que está? ― perguntou depois de um tempo em silêncio. Tirei os meus óculos e me voltei para ele.
― Olha ― virei para ele ― senta-se aqui ― disse. Ele veio e ficou de frente para mim.
― Todos nós temos preferência, entendo que você sempre teve essa vivência, então eu abri mão disso para você, porque você estava se descobrindo, se aceitando, passando pelo processo. Mas agora que você já se aceitou, precisamos chegar ao meio-termo. Porque não é justo ― falei calmamente.
― Não tem outro jeito? ― quis ele saber.
― Eu posso procurar um passivo na rua ― disse voltando a minha atenção ao celular.
― Só por cima do meu cadáver ― falou ele.
***
Linkin e eu saímos do carro, a noite, em direção a uma farmácia, tínhamos indo comprar o material necessário para ele ter a sua experiência como passivo pela primeira vez.
― Isso vai ser ótimo ― falei, pegando na mão dele e entrando na farmácia.
― Você vai me pagar por isso ― proferiu ele ― não posso pedir para Scott fazer isso?
― Não mesmo, a sua primeira ducha ginecológica você mesmo tem que comprar ― entramos e logo fomos procurando, Linkin aproveitou e pegou mais algumas coisas, até chegamos na sessão de camisinhas.
― Vamos usar? ― perguntei.
― Não sei ― respondeu ele ― acredito que não, bem, eu não vou engravidar.
―, Mas tem doenças ― falei.
― Bem, é verdade ― falou ele pegando um pacote e analisando ―, mas você tem transado com alguém? Assim, só para saber.
― Ah, eu peguei uns três seguranças da empresa ― disse também analisando as opções.
― Você está falando sério? ― quis saber ele, me olhando arregalado.
― Claro que não, homem ― disse revirando os olhos ― eu acredito que nem sei transar com outra pessoa.
― Eu sei que não sei mais transar com outra pessoa ― falou ele.
― Como assim? ― perguntei-lhe.
― Senta aqui ― pediu ele, sentamos no chão da farmácia, às 23h, com pacote de camisinha na mão ― Eu estava na cadeia lembra, e tinha um carinha lá que era meio obcecado por mim, ele tentava se aproximar e tudo mais, foi ficando meio perigoso, até que ele colocou para cima de mim mesmo. Não deu mais para evitar.
― E você transou com ele? ― perguntei, com um misto de tesão e indignação.
― Não, quando estávamos no banho de sol, ele fez uma bola curva e me encurralou, foi me alisando, mas eu comecei a chorar ― contou.
― Como é? ― eu não podia acreditar nisso.
― Sim, eu estava com um misto de triste e carência, medo de fazer algo com ele ― Linkin contava a história e eu percebi que não sabia muito desse período da vida dele ― No final, ele não quis fazer nada comigo, disse que ia broxar em tentar transar com um marmanjo gay que estava chorando pelo ex marido, disse que eu era deprimente.
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Aceito? Aceito! (Romance Gay)
Storie d'amore(LIVRO 2 - CONTINUAÇÃO DE " O IRMÃO DO MEU ALUNO"). Oliver Porscher é um jovem professor de 23 anos recém-casado com Linkin Guimarães, um empresário de 28 anos que comanda um quase império do seguimento dos transportes. Os dois ainda em clima de lu...