Eu costumo dizer que apatia não é você deixar de ter sentimentos é você não ter acesso a ele. Imagine que seus sentimentos são como joias, seu coração é como um cofre, apatia é o momento que você esquece a combinação do cofre, você sabe que os sentimentos estão lá dentro, eles existem, mas você não tem mais acesso a eles.
Se eu ainda amo Linkin? Claro que sim. Eu só não tinha mais acesso a esse sentimento.
Mas como se tudo isso não bastasse toda a complicação da minha vida, agora me surgia mais essa.
Victoria Romero era uma senhora baixa, ruiva e bastante elegante, de uns cinquentas anos, olhos profundos e expressão marcante. Contudo naquele momento, eu só via a dor de cabeça que ela poderia me trazer. Antes que eu pudesse dizer algo, a porta foi aberta com mais de mil e por ela passou um Linkin não muito feliz e um Scott ofegante a tira colo.
― Espero não ter perdido o início da reunião ― disse Linkin.
― Oliver acabou de chegar, querido primo ― disse Pedro de forma debochada.
― Então vamos logo com isso porque tempo é dinheiro e eu odeio perder o meu tempo ― disse Linkin. Notei que naquele momento ele já estava em modo de ataque, logo supus que ele já estava a par da situação.
― Então você deve ser o Linkin? ― perguntou Victoria lhe estendendo a mão, mas ele apenas olhou e continuou.
― O próprio, e esse é meu assistente pessoal, Scott Miller ― disse ele indo se sentar.
― Sua família é alemã, meu jovem? ― perguntou a senhora Romero depois que foi esnobada por Linkin.
― Sim, meus avos vieram para o Brasil depois da segunda Guerra ― respondeu Scott
― Olha que interessante, meus pais também ― disse ela com um falso carisma.
― Mudando de assunto, Pedro entrou em contato com meu escritório pedindo uma reunião com a senhora, mas vejo que vocês estavam com pressa ― disse Linkin sério. Sentei ao seu lado e coloquei minha mão sobre a sua, ele me olhou surpreso, mas captou a mensagem. Precisávamos mostrar força, mostrar que éramos um casal unido. Assim que a senhora Romero notou o nosso gesto de falso carinho ela fez uma cara não muito agradável, mas tentou se controlar.
― Pedro não tinha certeza se vocês atenderiam meu chamado, afinal pelo que eu posso ver, você é um homem ocupado ― disse ela.
― Nós somos ― disse ele olhando novamente para mim ― somos homens ocupados, mas eu já estava contatando vocês de volta. Liguei para o escritório que Pedro trabalha e eles me disseram que vocês estavam vindo para cá.
Notei que Linkin não dirigia a palavra para o primo, logo ele que sempre teve um bom afeto. Será que isso tinha mudado depois da discussão que ouvi?
― Então devo presumir que foi a senhora que foi a nossa casa dois dias atrás? ― perguntei.
― Vocês foram a nossa casa? ― Linkin repetiu a pergunta, mostrando que pelo menos, desse fato, ele não estava ciente ― Então vamos logo ao que interessa.
Então todos olhamos para senhora Romano.
― Meu finado marido morreu a alguns meses e nesse meio tempo vi que me sentia muito sozinha. A Suíça pode ser um país solitário para uma senhora, por isso resolvi procurar o meu irmão caçula e fiquei desolada quando soube que ele morreu ― disse ela, mas era notório que aquela mulher não estava desolada coisa nenhuma.
― Como a senhora não sabia que ele tinha morrido? ― indaguei.
― Bom, eu me casei muito cedo e fui viver fora do país, então perdi o contato totalmente com meu irmão querido ― disse ela.
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Aceito? Aceito! (Romance Gay)
Romantizm(LIVRO 2 - CONTINUAÇÃO DE " O IRMÃO DO MEU ALUNO"). Oliver Porscher é um jovem professor de 23 anos recém-casado com Linkin Guimarães, um empresário de 28 anos que comanda um quase império do seguimento dos transportes. Os dois ainda em clima de lu...