IDMA (parte #4)

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– Não! – gritaram os quatro em uníssono, ao vê-la desaparecer.

Mas a cabeça da garota emergiu de volta.

– Como você fez isso?

Os outros deitaram-se no chão para espiar onde Malu apoiava os pés. A menina parecia flutuar na montanha, não se percebia que estava parada sobre um degrau.

– Quanto tempo vão ficar me olhando? Vamos!

– Não entendo como você não caiu. – Falou Danilo, assustado.

– O degrau é invisível se o pé não está sobre a pedra de coração. O ponto de vista engana o seu olho, impedindo-o de ver. Quando você bota o pé no coração fica mais fácil de enxergar.

Gus se levantou, colocou o pé sobre a pedra de coração e olhou pra baixo. Malu desceu um degrau mais para dar espaço.

– Eu não vejo nada, Malu.

– Está aí, confia em mim, senta e pula, você vai sentir o degrau.

– Não sei se consigo, parece que vou cair.

– Gus, então se segura com as mãos e tenta tocar o degrau com os pés – Malu continuava descendo – Em três horas e meia chegaremos lá.

Gus agarrou-se na borda do precipício e tateou o degrau com os pés. Com um sorriso no rosto, soltou as mãos.

– Gus, não! – Falou Danilo, puxando os cabelos. Vocês estão loucos!

O avô esperou que o neto descesse um degrau mais e foi atrás. Samara olhava para baixo e para Danilo.

– Sammy, não...

– Eu também vou. – E a ruiva desceu decidia.

Danilo se aproximou da borda:

– Maldita, Malu!

Os degraus eram altos e não permitiam uma descida tranquila. Malu preferia se sentar e pular para o debaixo. Gus e Samara seguravam a borda e, lentamente, desciam os pés até encontrar apoio. Arthur se pendurava com os cotovelos e se soltava em linha reta. Danilo cada hora descia de um jeito. Mas todos tinham o mesmo nível de concentração, eles sabiam que qualquer descuido implicaria em uma enorme queda.

Algumas horas depois, Danilo pisava em solo firme. O menino estava tão feliz por ter chegado na floresta que beijava o chão, de emoção.

– Nunca pensei que iria te ver tão feliz por chegar na floresta – Brincou Malu.

– Temos que ter cuidado para que não nos vejam – avisou Gus.

– Qual a distância até a cabana, Malu? – Perguntou Danilo.

– Vocês não reconhecem esse lugar? – A menina tinha brilho nos olhos e um sorriso satisfeito.

Estavam tão aliviados por ter chegado, que não se deram conta de onde estavam. Arthur foi o primeiro a notar. Seus olhos se encheram de lágrimas e ele não conseguia falar.

– Que foi, vô?

Arthur apontava para trás de Gus. Os três meninos se viraram e deram de cara com...

– A Pedra Escrita! – exclamou Gus, pulando de excitação enquanto dava socos no ar.

– Que coincidência – Falou Danilo, perplexo.

– Não é coincidência... – afirmou Arthur, enxugando as lágrimas.

O caminho dos degraus invisíveis os havia levado direto para a Pedra Escrita.

A PROFECIA DOS TRÊSOnde histórias criam vida. Descubra agora