IDMA (Parte#3)

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 – Todo mundo está falando sobre isso, há quanto tempo estão aqui? Chegou um caminhão enorme da IDMA, eles estão bloqueando o Caminho Estreito. Ninguém pode entrar na floresta.

– Por quê? O que houve?

– Nada, medida de segurança. Agora, só pessoal autorizado pode entrar lá. Parece que estão trabalhando com a possibilidade de serem os humanos os transportadores do vírus.

Samara estava onde queria, no centro das atenções. Os demais estavam em completo choque. Desolado, Arthur falava consigo mesmo:

– Então, no final das contas, somos nós os responsáveis? Todo pânico foi em vão? – Arthur ria de nervoso– Toda aquela histeria, o medo do vírus matar as pessoas, toda destruição em nome da salvação humana e para quê? Para descobrirmos que somos imunes, apenas os transmissores dessa praga destruidora... O vírus não vai nos matar diretamente, mas sim...

– Chega, vô! – Cortou Gus ao ver a cara de espanto de Samara.

–Ele tem toda a razão, Gus – Malu – A preocupação todo esse tempo era do vírus mutar e virar mortal para nós, agora, a real ameaça é a falta de verde. Se duas florestas mais se contaminarem, adeus raça humana.

– Fiquem tranquilos, a IDMA disse que está tudo sob controle. Ninguém mais vai entrar nas florestas, isso vai dar mais tempo para eles sintetizarem um antídoto – Samara estava confiante.

– Que estúpida é a raça humana. Todos esses anos passamos colaborando com o trabalho do vírus, destruindo a vegetação, isolando todas as espécies em um mesmo lugar... – resmungou Malu.

– Que contraditório, não? O homem luta contra o vírus que temia ser mortal, então descobre que na verdade, ele é nada mais, nada menos que o próprio transmissor... totalmente imune. Fomos contagiando cada floresta existente...Nós é que deveríamos ser isolados e confinados, assim como fizeram com as plantas e os animais. Só assim salvaríamos a nós mesmos e o que sobrou da natureza – Filosofou Arthur.

– A resposta é essa? Temos que desaparecer para a natureza sobreviver? – Danilo estava preocupado com o rumo das coisas.

– Ou permanecemos aqui e, primeiro, virá o fim das florestas e depois.... De nós mesmos. – respondeu Arthur.

– Não sejam pessimistas, a IDMA vai resolver. Não sei por que tanta comoção, deveríamos agradecê-los por descobrirem tudo isso a tempo. – A menina ruiva começava a se irritar com aquele papo macabro.

– Quem disse que foi a tempo? – Desafiou Malu.

– Ué, temos quatro florestas ainda, não é? É o suficiente. – Concluiu Samara, logicamente.

– Você tem noção da quantidade de animais e plantas que morreram? Que já não existem mais?

– Malu, para de querer chamar a atenção, vamos comemorar que ainda temos quatro florestas, ao invés de ficar se lamentando pelas que já não existem mais.

– Você não entende, não é? Continua a mesma egoísta e insensível de sempre! As florestas são totalmente diferentes. Os animais que morreram não são os mesmos da Alta, muitas espécies desapareceram.

– Pode parar com o show, o que importa são as quatro restantes, o resto a IDMA resolve.

– Como, Samara? Me responde.

– Eu não sei como, estou repetindo o que nos foi dito.

– Espera, você falou com eles? – Malu olhava para a irmã.

A PROFECIA DOS TRÊSOnde histórias criam vida. Descubra agora