» Capítulo quatorze «

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  Os segredos dos Werner (PART. II)
Oslo, Noruega
Residência dos Werner

  Quero iniciar isto com uma confissão. Mina sempre foi um imã de caos. Ela não precisava procurar muito para encontrar a sua destruição. O perigo à atrai, e ela sempre cedeu a ele. Talvez pela sensação de liberdade. Mas encontrar o ninho dos Werner não era sinônimo de sina. Ela estava caminhando para sua autodestruição.

  Como aqui já citado, os boatos corriam vorazmente pelas ruas de Oslo, não havia aquele que nunca ouvira o nome dos Werner ecoar por aquelas avenidas. E encontrar a localização da família foi muito mais fácil do que Mina sequer havia imaginado.

  Naquela época, o império da família ainda estava em construção, porém, já era visível o potencial do destino dos Werner. Eles haviam nascido para crescer economicamente, não eram muito diferentes dos Skrlová, porém, eles teriam que se desdobrar para não serem massacrados pelo seu próprio ego inflado. A cobiça e a soberba havia os dizimado por completo. Os Werner estavam transitando no mesmo trilho que os Skrlová há muito tempo, aquilo poderia ser letal para um futuro próximo.

  Mina carregava uma bolsa em tons pastéis, seu celular vibrava uma vez à cada cinco segundos. Sair sem se despedir de Melissa não traria sossego.

  Ela deixou o ar penetrar os seus pulmões e caminhar pelo seu sistema respiratório, lhe trazendo uma leve e passageira calmaria. Seus saltos azul tiffany tamborilavam a face do mosaico com peças desconexas de ladrilhos. O aroma de terra molhada, os raios de sol queimando a sua pele causaram um efeito de distanciamento mental em Mina. Sua identidade falsa, denominada por "Holga Bordeaux", girava em seus dedos, Mina umedecia seus lábios rachados e cantarolava uma melodia qualquer.

  — Posso saber quê diabos está fazendo no meu quintal? — Uma mulher loira, altiva e gestante interrompeu o estado de Mina.

  — Ah, me perdoe! Eu acabei de chegar na cidade, sou uma jovem de dezoito anos e me informaram que vocês estavam precisando de uma diarista. — Mina se aproximou da entrada magnífica da casa dos Werner.

  — Qual a razão de uma jovem como você estar se prontificando para um trabalho como esse? Deveria estar estudando, menina. — A moça analisou Mina de onde estava.

  — Não tenho outra opção. Perdi minha família a pouco tempo, preciso me sustentar de algum modo. Por favor, eu preciso de ajuda. — Mina atuou miseravelmente bem.

  — Ok. — A moça revirou os olhos. — Entre, por favor.

  — Muito obrigada! — Mina abriu um leve sorriso. — Me falaram que Clarisse Werner poderia me ajudar. Ela mora aqui, não é?

  — Você está falando com ela. — Clarisse deu um riso abafado.

  — Ah... — Mina engoliu seco e observou vorazmente a mulher pelos seus ombros, seus punhos se fecharam e suas unhas se cravaram nas palmas de suas mãos. — Eu imaginei. Está de quantos meses? — Mina se referiu ao filho que carregava.

  — Oito. Essa garotinha está dando trabalho! Não vejo a hora de nascer, de ver o seu rosto... — Clarisse fica pensativa. Observou atentamente o rosto juvenil de Mina. — Posso ver a sua identidade? Quero me certificar de que você tenha dezoito anos.

  — Sem problemas. — Mina lhe entregou a identidade, que outrora, rodava entre seus dedos.

  — Hum. Holga Bordeaux. Você me parece extremamente familiar.

  — Talvez seja porque o meu rosto seja comum por aqui. Muitas pessoas possuem as mesmas características que as minhas. — Mina engoliu a seco. Seu coração se apertou e suas mãos tremiam.

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