» Capítulo nove «

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A FILA IMPECÁVEL de garotas com tules e sapatilhas, deixou Barbara cada vez mais enojada com toda aquela situação. A junção do rosa bebê, e o azul cor-do-céu, faziam a ruiva querer por o seu meio café da manhã para fora ali mesmo.

O lugar era tão sereno e singelo que, bastava alguns instantes, para que os visitantes pegassem no sono. Barbara não tinha nada contra a música clássica, na verdade, era um de seus gêneros musicais favoritos, só não podia superar o Indie Rock, contraditório não?

Na verdade, o que mais fazia a garota se sentir entediada, era o modo que as dezoito garotas esbeltas e bonitas seguiam os passos de sua professora. Era tudo tão monótono e vagaroso, que poderia fazer qualquer um pegar no sono. Na percepção da ruiva, as garotas se assimilavam a verdadeiras marionetes, garotas flexíveis e vazias, sem personalidade. Todas possuíam a mesma expressão de solidão e opacidade, que fazia a moça se arrepiar. Talvez poderia ser algo da mente perturbada de nossa protagonista, mas observando Dexter por alguns segundos, bocejando continuamente, deduziríamos que, Barbara poderia estar certa.

- Ah, senhor Werner! - Uma mulher de cabelos castanhos escuros, olhos de uma coloração de verde intensa e esbelta, brada, aproximando-se de Dexter, e o corpo de Barbara, já estava se pondo em defensiva. - É uma honra recebê-lo aqui! Você deve ser Barbara, não é?

Barbara se sente relutante, e trêmula de um momento para o outro. Saberia aquela desconhecida, quem era a verdadeira Esther?

- Ah, me perdoe! É... Esther. - A mulher continuou, observando a sua prancheta. - A Barbara virá no horário seguinte ao seu.

- Está tudo bem, enganos acontecem, não é, Esther? - Dexter segura na mão da filha, que naquele momento, começou a umedecer-se pelo pequeno engano.

- Claro papai. - Barbara soltou morbidamente, voltando a sua postura de sempre.

- Bem, voltando ao assunto, meu nome é Cyntia Delaware. E sou a dona desta instituição. E já quero deixar bem claro, nossas alunas não tem a permissão de... Digamos... Usar o tipo de acessório que a senhorita... - Cyntia faz menção dos piercings de Barbara.

- Como assim? Qual o problema de usar piercings? - Barbara a interrompe bruscamente.

- Esther... - Dexter pigarreou. - Agora não, querida.

- Bem, respondendo a sua pergunta... Nossa academia de dança, especificamente a categoria Ballet, conserva um padrão para todas as nossas meninas... As que usam piercings terão que se corrigir, como as garotas de cabelos cacheados...

- O que têm as garotas de cabelos cacheados? - Barbara juntou meramente as suas sobrancelhas.

- Dependendo do tamanho e volume... Pedimos que cortem um pouco e prendam em um coque rígido.

- Ata... Então nós é que temos que nos adequar a sua academia, e não vice-versa?! Isso é muita...

- Esther! - Dexter repreendê-a.

- Só não... Acho certo, papai. - Barbara cruza seus braços.

- Se quiser pertencer a nossa academia, terá que ser adepta de nossas regras, mas se não quiser, a porta é a serventia da casa. - Cyntia fez menção a porta de saída, com um gesto singelo, mas ao mesmo tempo, ríspido.

- Não não, senhora Delaware! Esther será adepta as suas regras. - Dexter repousou bruscamente a sua mão no ombro de Barbara, que ainda não se sentia conformada com aquela situação.

- Então estamos de acordo... Magnífico! - Ela esbraveja, caminhando pela imensa academia de dança, fazendo um pequeno gesto, para que Barbara e Dexter seguissem-a.

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