» Capítulo vinte e cinco «

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"(Bem-vindo!)
Quando você perder a sua sanidade
Eles tocam sua alma

[...]

Acredite em qualquer coisa
Todas as verdades, todas as mentiras

[...]

Venenos mágicos, chá real
Corra gritando [...]

Deixe-os em sua mente [...]
Deixe-me em você"

Alice is Dead, Hania Lee

  ENVOLVIDAS POR LUXO e privilégios, as gêmeas idênticas Constance e Constantine, quando eram apenas pequenos seres com pureza angelical, revezavam-se penteando o cabelo uma da outra com uma escova de cerdas macias com estrutura de porcelana

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  ENVOLVIDAS POR LUXO e privilégios, as gêmeas idênticas Constance e Constantine, quando eram apenas pequenos seres com pureza angelical, revezavam-se penteando o cabelo uma da outra com uma escova de cerdas macias com estrutura de porcelana. Quem visse-as em tal fase da vida, poderiam contemplar uma aura alva e leve, algo que destoaria totalmente do que podemos chamar de padrão Skrlová. No entanto, elas estavam prestes a serem quebradas e remodeladas.

  Geralmente, o primeiro passo para as raízes negras e pecaminosas crescerem era desconstruir a imagem heroica dos pais e protetores da criança. E Oskar Skrlová, juntamente com a sua esposa Malvine eram especialistas em decepcionar seus próprios filhos. O patriarca era um verdadeiro homem de negócios, o filho primogênito de seus pais e herdeiro da vinícola que estava na família há centenas de décadas. A matriarca, uma estilista bem-sucedida e obcecada por moda. O que ambos tinham em comum era a obsessão pelo trabalho e a decadência em zelar de seus próprios filhos.

  Com o tempo, veio o distanciamento total dos pais na vida de Constance, Constantine e Finnick. Eles se sentiam na obrigação de cuidar uns dos outros e descontavam suas frustrações nos empregados da família. Nas raras ocasiões em que todos estavam reunidos no mesmo lugar, os diálogos eram substituídos por brigas e palavras que pesavam toneladas nas mentes frágeis das três crianças, que viam seus pais como monstros sujos, frios e calculistas; nunca poderiam estar tão certos.

  O segundo passo para completar o ritual da formação de um verdadeiro Skrlová era enfrentar desvios sexuais e malícias desde muito cedo. Logo isso se concretizou na vida das crianças. Anteriormente, eles não sabiam do que se tratavam as brigas de seus pais, mas conforme cresciam e ouviam mais, compreendiam a infidelidade de ambos. Isso, de certo modo, acarretou na distorção da imagem de seus pais como exemplos de moralidade para exemplo de podridão e imoralidade.

  Crescer em um lar assim encurta o tempo de inocência da criança e a guia por caminhos de sexualidade precoce e objetificação das futuras relações interpessoais. Eles passariam a enxergar as pessoas como objeto ou meio pelo qual podem tirar proveito para realização de suas vontades, e assim aconteceu.

  Constance, Constantine e Finnick cresceram e desenvolveram mentes conturbadas com valores distorcidos e com uma fragilidade oculta habilmente. No entanto, cada um lidava com seus problemas familiares de formas diferentes. Finnick, por exemplo, ficou arredio e distante de tudo e todos. Constance dependia em excesso de seus dois irmãos, envolveu-se em uma muralha emocional diante das outras pessoas e expressava tudo o que reprimia através da arte. Já Constantine, por sua vez extravasava suas emoções, descontava suas frustrações nas pessoas e tentava preencher suas rachaduras emocionais com sexo e festas regadas a bebida e drogas estimulantes.

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