21.

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Bruno estava se sentindo nas nuvens. Ainda parecia mágica. Ele estava esperando alguma bomba de algum lugar porque as coisas estavam dando muito certo e ele não estava acostumado a tanta coisa boa de uma única vez. Sempre que passava um mês contente, vinha algo para estragar. Ele estava tão aterrorizado de algo dar errado que se segurou naquele pedaço de felicidade como se fosse sua vida.

Assim que eles pararam de se beijar na frente olharam para o estacionamento e viram a quantidade de gente prestigiando o show. Era uma mistura de pais com alunos e professores que Monalisa não sabia aonde se esconder. Por ela cavaria um buraco ali no chão e diria tchau para a sociedade. Tinha amado com todas as forças aquela demonstração estilo Heath Ledger, mas não sabia como iria encarar os alunos no dia seguinte. E se ela fosse despedida? Não podia perder o emprego, aquela escola pagava muito bem – melhor que todas no Rio – e ela era muito sortuda por ter conseguido seu primeiro emprego lá, não poderia perde-lo de jeito nenhum.

Seus pensamentos foram interrompidos por uma reverencia que Bruno fazia para a plateia. Ela decidiu guardar seus pensamentos preocupantes para depois e reverenciou o público junto com ele. Eles cruzaram o estacionamento e todas as pessoas foram se espalhando, cada um para seu devido carro e caminho.

- Não posso acreditar que vocês fizeram isso para mim – a ruiva ainda estava extasiada, ria para as paredes e apertava a mão de Bruno sem perceber, mas só para conferir se ele estava mesmo ali. Parecia sonho.

- Você merece isso e muito mais – Bruno, que parecia pinto no lixo de tanta felicidade, a rodou em seu braço e deu mais um beijo estalado.

- O que a gente não faz para te ter na família, não é Bruno?! – Anajú disse. Estava emocionada. Amava Monalisa como uma irmã, a ruiva era extremamente especial para ele e Ana Júlia só queria a felicidade dela (junto com o irmão).

Monalisa a abraçou com muita força. Também amava aquela pequena rebelde com todas suas forças. Não era como se fossem irmãs, mas sim amigas. Melhores amigas.

- Enfim, pombinhos. Irei deixá-los aproveitar o dia. Vou para casa de Uber – ela disse, não queria ser um encosto naquele momento. Queria que eles comemorassem sem preocupações.

- Você não vai lá para casa? – Monalisa perguntou, estranhando. Estava acostumada a sempre a ver com seu irmão.

- Acho melhor não. Eu e o Mozart não estamos com essa maravilha toda como você e o Bruno vão ficar – ela falava totalmente desinteressada. Bruno não estava com as duas, tinha voltado para o carro e começara a arrumar as caixas de som.

- O que aconteceu? – A ruiva quis saber.

- Você sabe como seu irmão é, Monalisa. Ele é muito apegado, quer namorar a qualquer custo, mas eu não quero. Então acho melhor dar um tempo – Anajú era completamente fria quando o assunto era relacionamentos próprios.

- Você que sabe, mas pensa direitinho, ok? Meu irmão gosta muito de você – Monalisa disse e a abraçou pela última vez, indo embora com Bruno.

Anajú sabia que Mozart gostava muito dela. E esse era o principal problema.

∞∞∞∞∞∞

O casal estava no carro com um clima de sucesso no ar. Bruno queria perguntar sobre as consultar no psicólogo, mas achava que aquilo talvez estragaria o clima. Queria saber se Monalisa aceitava ser mãe do seu filho já que Paula não queria contato algum. Queria saber se ela aceitava casar com ele, mas achava que era um pouco cedo demais para fazer a proposta. Já a ruiva tinha pensamentos mais calmos rondando pela sua cabeça: o que Bruno tinha feito naquele tempo todo longe dela? Será que ainda estava trabalhando? E as aulas de violão, ele tinha continuado?

(Amar)eloOnde histórias criam vida. Descubra agora