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11 meses depois...

           

Bruno tinha combinado de encontrar Monalisa com Isabela na casa da irmã – aquele lugar que por algum tempo também foi a sua casa agora era praticamente um lugar desconhecido, aonde ela ia só uma vez por semana. Tentava se culpar e brigar consigo mesmo por não estar fazendo seu papel de bom irmão, mas ele vivia sempre tão cansado. Não sabia como ser um irmão presente, um bom pai, um bom profissional e ter tempo para dormir. Durante vários momentos do dia ele se pegava pescando e dormindo em horários que deveria estar trabalhando – Bruno não tinha ideia de como ainda estava empregado depois de ter sido chamado atenção tantas vezes.

Mesmo quase completando um ano de idades Isabela ainda acordava pelo menos uma vez a cada madrugada. Chorava gritando e um dos dois tinha que levantar para distraí-la. Monalisa e Bruno se revezavam, mas como eles acabavam acordando, não conseguiam voltar a dormir bem depois do choro.  Isabela dava muito trabalho, mais do que eles dois imaginaram que daria, mas era felicidade atrás de felicidade.

A primeira palavra dela não foi igual à da maioria das crianças, "mamãe" e "papai" ela só falou bem depois. A primeira foi "juju", com um biquinho que enchia o coração de todos com muito amor. Anajú sempre cuidava da sobrinha e durante meses ficava repetindo o apelido para Isabela, deu certo já que foi a primeira palavra dela. Quando Isabela começou a engatinhar, Monalisa chorou por dias, dizia que sua criança estava crescendo cada vez mais rápido e em um piscar de olhos ela já seria uma adolescente, depois uma adulta e depois casada (descobriram depois que aa ruiva estava na tpm).

Isabela era a cara do pai. Tinha duas covinhas na bochecha direita e um buraquinho no queixo. Seu rosto era redondinho, seus olhos azuis e o cabelo todo enrolado e loirinho. Era uma criança muito alta: com 11 meses ela era maior que crianças com mais de um ano. Adora gritar, fazer caretas e tentava repetir todas as palavras que escutava.

Aos sete meses, sob o cuidado de Luísa, Isabela caiu de rosto no chão. Estava aprendendo a engatilhar. Sem perceber que aquilo não daria certo, ela colocou aquela mãozinha pequena em cima de um carrinho que escorreu e a fez bater com o rosto no chão. Teve um corte em cima da linha da sobrancelha. Não tinha sido nada demais, mas foi o suficiente para Luísa ligar chorando e se culpando por "quase ter matado" a sua sobrinha. Bruno e Monalisa riram daquele desespero, era bonitinho. Eles não se preocuparam porque sabiam que aquilo era completamente normal com toda criança (principalmente as agitadas, e Isabela era uma dessas).

Bruno entrou no carro e dirigiu até a escola de Monalisa, aquele lugar que tinha um significado enorme para os dois. Ela já estava o esperando do lado de fora e entrou assim que ele parou. A ruiva estava com uma aparência cansada, mas não deixava de ser maravilhosa. Eles se cumprimentaram com um beijo e um cheirinho.

- Meu Deus, estou morta! Pensei que esse dia não ia acabar nunca – ela falou assim que Bruno começara a pegar o caminho para a casa de Luísa.

- Eu também. Não vejo a hora da Bela começar a dormir à noite toda, sem parar – os dois estavam sofrendo de verdade. Pareciam dois zumbis.

- Falando na Bela, você não sabe quem decidiu me ligar – Monalisa se virou para olhar para ele. – A Paula – ela não esperou Bruno perguntar quem.

- Sério? Ela ficou bem sumida – ele estranhou. Antes de ter o bebê, Paula e Monalisa começaram uma estranha amizade, até Bruno estava sendo mais gentil com a ex-namorada. Mas após o parto ela pediu para que eles respeitassem aquele momento porque ela queria ficar sozinha. Era como passar por um processo de luto e eles a respeitaram, não procuraram saber como ela estava ou se queria alguma coisa com Isabela, até aquele dia.

(Amar)eloOnde histórias criam vida. Descubra agora