Million Reasons || André Silva ✔

5.

Faz um mês que sai a primeira vez com o André. À um mês que falo com ele, e à um mês que a cada conversa, cada "encontro" eu começo a sentir cada vez mais algo por ele que não consigo explicar ou controlar, e eu não estou habituada a lidar com estes sentimentos. É obvio que que já gostei de alguém e já tive namorados, mas com ele é diferente. Porquê? Não sei explicar mas ele faz-me sentir coisas que nunca senti, clichê eu sei!

Por não saber lidar com estes sentimentos é que fiz algo extremamente infantil e cobarde. Já não lhe respondo as mensagens ou atendo as chamadas dele à três dias. Desde que percebi que o sentimento que tenho não é apenas uma atração física, que comecei a pensar nas típicas coisas como é que seria estar numa relação com ele e claro como seria um futuro com ele e foi aí que percebi que uma relação com ele não ia ter futuro. Nós temos vidas completamente diferentes que nunca se iriam encaixar uma na outra, para não falar que muito provavelmente, pelo menos é o que se ouve dizer, ele vai sair do Porto para ir para outro clube que não é português, como é que eu ia ficar? Completamente destroçada porque nunca iria conseguir acompanha-lo.

-Emma, Emma! - a voz do meu irmão começou a surgir no meio dos meus pensamentos.

- Diz! 

- Já chegamos. - ele falou fazendo-me olhar pela janela e ver que realmente tínhamos chegado. Para variar um pouco, e porque ele diz que ando triste, o meu irmão decidiu trazer-me a comer um crepe com nutella.

Saímos do carro, ele meteu os braços a volta dos meus ombros e começamos a andar para o café que faz os melhores crepes do mundo. Claro que o meu irmão sendo o meu irmão foi o caminho todo a fazer piadas por isso quando entramos eu ia as gargalhadas que logo pararam quando vi o André, acompanhado do irmão.

- Emma! - ele disse surpreendido por me ver - É bom saber que estas viva! 

- Olá não estava a espera de te encontrar aqui. - a situação não podia ser mais desconfortável.

- Eu reparei! - ele disse olhando para o meu irmão que continuava com o braço a volta dos meus ombros.

- Nós vamos nos sentar, tenham um bom resto de dia. - disse sem olhar para ele.

Quando nos sentamos, o mais longe possível do André, tinha perdido completamente o apetite.

- Podes me explicar o que é que acabou de acontecer, e desde quando é que conheces o André Silva? - suspirei e contei-lhe tudo, como nos tínhamos conhecido, que tínhamos saído algumas vezes, que falávamos e todos os meus pensamos e medos que atormentavam a minha cabeça alguns dias - Oh Emma tu precisas de parar com esse teu vicio de pensares demasiado nas coisas.

- Eu não consigo evitar.

- Mas tens que aprender a evitar, porque isso faz-te mal. Tens que começar a viver no presente e deixar as coisas acontecer. Tens de deixar de criar nessa tua cabeça pensadora mil e um cenários terríveis do que pode ser o futuro. Não podes deixar que "ses" te estraguem algo que ainda não começou e que pode ser algo bom. 

- Eu só não quero acabar com o coração partido.

- Eu sei mas se não deixares as coisas acontecer não vais encontrar ninguém que te faça feliz. 

- Desde quando é que te tornaste tão sábio? - falei na esperança de acabar com o assunto por ali que precisava de uma pausa do assunto. Felizmente resultou.