- Afonso? - disse vendo que era ele quem me puxava para longe do Ricardo, não sei porque é que fiquei surpreendida, se o Hugo esta aqui é normal que o Afonso também estivesse.
- Que estas a fazer? - ele não parecia muito feliz. - O meu irmão sabe que andas aí agarrada a outros?
- Desculpa? - atingi aquele momento em que todo o efeito do álcool desapareceu.
- Não é a mim que tens de pedir desculpa é ao meu irmão, se é que ele te queira ver quando souber.
- Mas eu não tenho que me desculpar a ninguém, eu até te ia agradecer por me teres tirado da beira dele, eu não estava agarrada a ele, ele é que me estava a tentar agarrar. - por algum motivo as minhas palavras fizeram-o rir.
- "Ele é que me agarrou, ele é que me beijou" as típicas desculpas... Não vou deixar que gozes com a cara do meu irmão.
- Mas eu ... - tentei mais uma vez explicar o que se tinha passado mas ele não deixou.
- Fica o recado! - disse e virou-me costas.
Fiquei algum tempo a olhar para onde antes estava o Afonso até que decidi ir até ao bar e tentar esquecer a noite que tive até agora.
***
Sinto-me horrivelmente mal, o corpo doí-me, a minha cabeça parece que vai explodir, para não falar da vontade enorme que tenho de vomitar. Tentei me mexer mas não conseguiu pois alguém me estava a abraçar, logo me da um ataque de pânico, só pedia que quem me tivesse a abraçar fosse o André, não podia ter cometido o estúpido erro de o trair por causa da álcool.
- Vais parar de te mexer?
- Duarte?- quando ouvi a sua voz uma sensação de alívio tomou conta do meu corpo.
- Claro que sou eu, querias que fosse quem? O Papa Francisco? - ele disse largando-me dando-me um pouco de espaço.
- Sei lá, não me lembro de nada, não me lembro de vir embora. O que é que se passou?
-Do que é que te lembras?
- Lembro-me de estar a falar com o Afonso, depois fui para o bar comecei a beber e não me lembro de mais nada.
- Eu vi-te a falar com o Afonso e a ir para o bar, depois só apareceste passado meia hora toda bêbada e abraçaste-me a chorar, então eu trouxe-te para casa e deite-me contigo porque não paravas de chorar!
- Que triste que eu sou! - disse enterrando a cara na almofada, que vergonha só faço figuras tristes.
- Não és triste, estavas bêbada é normal.
- Nunca mais bebo na vida. Estou com uma dor cabeça que nem é bom.
- Eu vou te buscar alguma coisa para comeres e um comprimido para a dor de cabeça.
- Obrigada! - não podia ter um irmão melhor que ele.
Esperava que o Duarte trouxesse a comida e o comprimido quando o meu telemóvel começou a tocar.
- Sim? - disse atendendo.
- Alguém está de ressaca. - O André respondeu rindo-se.
- Ligaste-me para gozares comigo?
- Alguém esta mal humorada também! - não disse nada, limitei-me a fazer um som estranho que nem eu mesmo sei o que foi. - Precisamos de falar! - ele disse fazendo-me lembrar a conversa com o Afonso.
- Pois precisamos!
- Encontramos-nos às 18h depois do treino no sitio do costume?
- Sim! - respondi e ele logo desligou, pois estava atrasado.
Independentemente do que o Afonso lhe tenha dito, só espero que ele me dê oportunidade para lhe explicar o que realmente se passou e que acredite em mim.
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Million Reasons || André Silva ✔
Fanfiction"I've got a hundred million reasons to walk away But baby, I just need one good one to stay"