17.

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- Afonso? - disse vendo que era ele quem me puxava para longe do Ricardo, não sei porque é que fiquei surpreendida, se o Hugo esta aqui é normal que o Afonso também estivesse. 

- Que estas a fazer? - ele não parecia muito feliz. - O meu irmão sabe que andas aí agarrada a outros? 

- Desculpa? - atingi aquele momento em que todo o efeito do álcool desapareceu. 

- Não é a mim que tens de pedir desculpa é ao meu irmão, se é que ele te queira ver quando souber. 

- Mas eu não tenho que me desculpar a ninguém, eu até te ia agradecer por me teres tirado da beira dele, eu não estava agarrada a ele, ele é que me estava a tentar agarrar. - por algum motivo as minhas palavras fizeram-o rir.

- "Ele é que me agarrou, ele é que me beijou" as típicas desculpas... Não vou deixar que gozes com a cara do meu irmão.

- Mas eu ... - tentei mais uma vez explicar o que se tinha passado mas ele não deixou.

- Fica o recado! - disse e virou-me costas. 

Fiquei algum tempo a olhar para onde antes estava o Afonso até que decidi ir até ao bar e tentar esquecer a noite que tive até agora.

***

Sinto-me horrivelmente mal, o corpo doí-me, a minha cabeça parece que vai explodir, para não falar da vontade enorme que tenho de vomitar. Tentei me mexer mas não conseguiu pois alguém me estava a abraçar, logo me da um ataque de pânico, só pedia que quem me tivesse a abraçar fosse o André, não podia ter cometido  o estúpido erro de o trair por causa da álcool.

- Vais parar de te mexer?

- Duarte?- quando ouvi a sua voz uma sensação de alívio tomou conta do meu corpo.

- Claro que sou eu, querias que fosse quem? O Papa Francisco? - ele disse largando-me dando-me um pouco de espaço.

- Sei lá, não me lembro de nada, não me lembro de vir embora. O que é que se passou?

-Do que é que te lembras?

- Lembro-me de estar a falar com o Afonso, depois fui para o bar comecei a beber e não me lembro de mais nada.

- Eu vi-te a falar com o Afonso e a ir para o bar, depois só apareceste passado meia hora toda bêbada e abraçaste-me a chorar, então eu trouxe-te para casa e deite-me contigo porque não paravas de chorar!

- Que triste que eu sou! - disse enterrando a cara na almofada, que vergonha só faço figuras tristes.

- Não és triste, estavas bêbada é normal.

- Nunca mais bebo na vida. Estou com uma dor cabeça que nem é bom.

- Eu vou te buscar alguma coisa para comeres e um comprimido para a dor de cabeça.

- Obrigada! - não podia ter um irmão melhor que ele.

Esperava que o Duarte trouxesse a comida e o comprimido quando o meu telemóvel começou a tocar.

- Sim? - disse atendendo.

- Alguém está de ressaca. - O André respondeu rindo-se.

- Ligaste-me para gozares comigo?

- Alguém esta mal humorada também! - não disse nada, limitei-me a fazer um som estranho que nem eu mesmo sei o que foi. - Precisamos de falar! - ele disse fazendo-me lembrar a conversa com o Afonso. 

- Pois precisamos!

- Encontramos-nos às 18h depois do treino no sitio do costume?

- Sim! - respondi e ele logo desligou, pois estava atrasado.

Independentemente do que o Afonso lhe tenha dito, só espero que ele me dê oportunidade para lhe explicar o que realmente se passou e que acredite em mim.

Million Reasons || André Silva ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora