O poeta magrelo do west side tem seu primeiro gostinho da fama

65 1 0
                                    


  A caminho da Riverside Prep na terça de manha, Dan parou na banca de jornais na 79com a Broadway para comprar a edição de Dia dos Namorados da New Yorker e um cafépreto grande que parecia ter uns três anos de idade - do jeito que ele gostava. A capa daNew Yorker era uma ilustração da Arca de Noé atracada em um pier do porto de NovaYork, com a Estátua da Liberdade assomando ao fundo. As palavras O Barco doArnorestavam impressas na lateral da arca e todos os animais enfileirados na prancha estavamde mãos dadas, beijando-se e se apalpando. Era bem engraçado. Dan parou na esquina eacendeu um Camel sem filtro com os dedos trêmulos enquanto virava a capa e procuravapor seu poema no sumário. Estava sob o título Poemas: Daniel Humphrey, página 42,"Putas". Ele folheou a revista, esquecendo-se totalmente do cigarro aceso entre os dedos.A pagina 42, por acaso, era a primeira de um Conto de 14 páginas de Gabriel GarciaRhodes intitulado "Amor con los Gatos" e, bem ali, no meio do conto, estava o poema deDan.  

  Tire o sono de meus olhos e me sirva outra xícara. 

Vejo o que tentou me dizer o dia todo, 

Raspando a cabeça e me apalpando (com tanta delicadeza) 

Com cetim e renda: 

Você é uma puta.  

  Estava congelante na rua, mas o suor nervoso se acumulava nas sobrancelhas de Dan esua língua estava seca como lenha. Dan jogou o cigarro aceso na calçada e fechou arevista, enfiando-a na bolsa preta de carteiro. Se abrisse na pagina de colaboradores, teriavisto a entrada: Daniel Humphrey (Poema, p. 42) é um aluno do terceiro ano dosecundário de Nova York. Este é seu primeiro trabalho publicado. Mas Dan nãoconseguia olhar para a revista por nem mais um segundo, não quando milhares depessoas estavam agora mesmo folheando-a e parando para ler seu poema brutal e raivoso,que ele sinceramente não tinha certeza se era bom  Dan andou pela Broadway para a escola, as mãos tremendo como loucas. Se ao menostivesse feito uma sabotagem nas impressoras da New Yorker para que eles nãoconseguissem mais imprimir nenhuma vogal. Então toda a edição do Dia dos Namoradosteria sido recolhida das bancas no fim da noite passada. 

Como se ele sequer pudesse fazer isso  

  - Ei, cara. - Dan ouviu a voz conhecida e afetada de seu colega de turma nada favorito daRiverside Prep atrás dele. Dan parou e se virou, vendo Chuck Bass jogando no ombro ocachecol de cashmere azul-marinho monogramado e passando os dedos manicurados noscabelos castanhos com luzes douradas. 

  - Legal o poema na New Yorker, cara. - Ele deu um tapa de parabéns no ombro de Dan, oanel rosado com monograrna brilhando na luz de inverno. - Quem diria que você é umfodão? - Legal o poema na New Yorker, cara. - Ele deu um tapa de parabéns no ombro de Dan, oanel rosado com monograrna brilhando na luz de inverno. - Quem diria que você é umfodão? 

  Será que havia alguma coisa distintamente gay em Chuck Bass hoje? Ou talvez não. Sóporque ele tinha feito luzes louras e estava usando um casaco de lã creme apertado RalphLauren e tênis Prada de couro laranja não significava que ele tivesse desistido de molestargarotas bêbadas e indefesas em festas. Talvez ele simplesmente estivesse se expressando.

  Certamente não havia nada de errado nisso.  

  - Obrigado - murmurou Dan enquanto brincava com a tampa de plástico do copo de café.Ele se perguntou se Chuck estava pretendendo andar todo o caminho da escola com elepara que pudessem discutir o poema. Mas então o celular de Dan tocou, poupando-o deter de responder a perguntas insanas de Chuck sobre quantas garotas ele tinha pegadoantes de escrever o poema, ou o que quer que Chuck Bass gostasse de falar a caminho daescola pela manhã. Dan colocou o fone na orelha e Chuck bateu em seu ombro de novo econtinuou andando.  

Gossip Girl - Vol. 4 - Eu Mereço!Onde histórias criam vida. Descubra agora