- Gostaria de outra Coca, senhorita? - perguntou o garçom de gravata-borboleta e rabode-cavalo.
- Não, obrigada - respondeu Blair, os olhos grudados na porta.
A semana toda sua mente só estava numa coisa: a entrevista com Owen Wells. Ela haviafeito alguma pesquisa na Internet, para poder fazer perguntas apropriadas sobre aWells, Trachtman & Rice, a firma de advocacia da qual ele era sócio. Agora finalmenteera quinta-feira e ela estava sentada sozinha à mesa do canto do Leneman's Bar noCompton Hotel, esperando por ele. O bar estava apinhado, principalmente de homens demeia-idade em ternos feitos sob medida, discutindo negócios e bebendo uísque com gelo, ou sentados com louras oxigenadas que definitivamente não eram as esposas deles. Comparedes douradas, toalhas de mesa branquíssimas e jazz da década de 1940, O bar tinhaum ar de sofisticação sensual.
Blair passou quase três horas se preparando: uma no banho e secando o cabelo numpenteado elegante e de patricinha que emoldurou o rosto de um jeito inocente, porémintelectual; uma colocando o novo vestido Les Best com cinto, que ela combinou comsapatos Ferragamo de salto 9, para dar um toque a mais de confiança e altura; e umaaplicando maquiagem em tons naturais para o brilho fresco e saudável de alguém quesempre dorme 12 horas porque nunca sai e nunca chega perto de um cigarro ou de umabebida
Então tá.
Ainda faltavam 15 para as nove, mas, se bebesse mais Coca, ela ficaria com tanta vontadede fazer xixi que nunca passaria pela entrevista sem se molhar. O que Blair realmentequeria era um gole de Stoli, mas, com a sorte que tinha, Owen Wells entraria pela portano exato momenta em que ela estivesse botando o gole para dentro, confirmando aspreocupações dele de que ela realmente era uma rata de festa meio doida que só queria irpara Yale para se embebedar e seduzir o capitão da equipe de remo, possivelmenteengravidando no processo e obrigando o inocente e antes honesto homem de Yale a secasar com ela e trabalhar a vida toda como um escravo para sustentar o estilo de vida aque ela estava acostumada.
Nesse momento um executivo muito bem vestido que estava sentado no bar girou obanco dourado e sorriu para ela. Tinha cabelos pretos ondulados, olhos azuis brilhantescom cílios longos e sobrancelhas pretas distintamente arqueadas. O rosto e as mãos eramprofundamente bronzeados, como se jogasse tênis ao sol todo santo dia, e ele usava umlindo terno de lã azul-marinho com uma camisa branca e abotoaduras simples de ouro.Blair em geral não reparava em homens mais velhos e esse cara tinha pelo menos 38, masera tão bonito que era impossível não reparar.
- Você por acaso e Blair Waldorf? - perguntou ele numa voz familiar e profunda.Blair assentiu sem muita confiança.
- Sim?
Ele saiu do banco e foi até a mesa dela, deixando um copo vazio no bar. Estendeu a mãodireita.
- Sou Owen Wells
- Oi - Blair deu um pulo e apertou a mão dele, sentindo-se totalmente confusa. Primeiro,Owen Wells era colega do pai dela, então devia ser mais velho, malvestido, careca egordo. Não que o pai de Blair fosse assim. O pai dela malhava com um personal trainertodo dia, usava roupas de grife e tinha um cabelo maravilhoso. Mas ele era gay. Segundo,Owen Wells tinha dito que estaria usando a gravata de Yale, e esse cara não estavausando gravata nenhuma, só uma camisa branca, desabotoada para que ela pudesse ver agola da camiseta branca que usava sobre o peito musculoso, que provavelmente era tãobronzeado quanto o resto.
Não que ela estivesse pensando no resto.
Terceiro, ela não esperava que Owen Wells fosse tão gostoso. Ele era tão parecido comCary Grant em Tarde demais para esquecer que ela que ria se atirar nos braços dele edizer-lhe para deixar Yale para lá, ela era dele, toda dele.
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Gossip Girl - Vol. 4 - Eu Mereço!
FantasiSerena está totalmente apaixonada por Aarom, Vanessa e Dan parecem dois pombinhos melosos, Jenny encontra uma nova paixão e Blair está de volta à ativa, flertando com um homem mais velho, que pode ser o seu passaporte para Yale. Até mesmo Nate se de...