CAPÍTULO QUATRO

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Buscava algo em minha mente comprometedor mas a grande verdade é que eu sou extremamente sem graça.

Todos os olhares estavam sobe mim e eu me sentia cada vez mais nervosa. Eu não tinha um segredo sombrio como eles pensavam, não fazia coisas sujas como sabia que minhas amigas faziam.

"Eu nunca iria pra detenção." Disse baixando meu olhar pras minhas mãos em meu colo. "No final das contas eu sou mesmo a boa garota que vocês tanto falam."

"Não acredito em você." Daniel praticamente sussurrou ao meu lado me fazendo olha-lo arrepiada da cabeça aos pés. "Vamos Diana, conte pra mim."

"Quando digo que não tenho nada a dizer é verdade."

"Você nunca se quer se tocou? Pensando em um dos playboyzinhos da escola?" Jack perguntou com um sorriso malicioso no rosto.

"Nunca." Podia sentir minha bochechas queimando e me entregando completamente, eu estava extremamente envergonhada.

"Nem pensou nisso alguma vez?" Makaila perguntou balançando suas pernas descobertas claramente provocando seu amigo ou o que quer que Jack fosse dela.

Neguei dando de ombros.

"Ninguém nunca me fez despertar esse tipo de pensamento." O olhar de Daniel queimava sobre mim e meu cérebro completou mentalmente: Até agora.

"Então você realmente é mais entediante do que eu pensava." Trish disse apagando seu cigarro e sentando na cadeira do reitor.

"Achei que esse questionário seria interessante..." Jack disse sem desviar o olhar de Makaila e aos poucos fui percebendo que havia algo ali.

"Total perda de tempo." A loira disse se levantando da mesa e andando lentamente até o outro lado da sala.

Eles continuaram falando mas os únicos calados foram eu e o garoto misterioso ao meu lado. Em algum momento nossos olhares se cruzaram e eu pude ver rapidamente quando ele sorriu pra mim.

"Sei que mentiu mas está tudo bem Diana." Ele sussurrou bem na curva no meu pescoço me fazendo segurar firme na cadeira onde sentava.

"Se estou certo alguém nessa sala desperta mais que pensamentos em você." Minha respiração estava completamente desregulada, eu nem sabia se ainda estavam falando ou não e nem me importava com isso pra falar a verdade.

"Desperta sensações e desejos. Tão fortes que você tem que segurar na cadeira pra não perder o controle. Tão intensos que você mal consegue encarar quem te causa isso." Sua voz era entorpecente e me fazia fechar os olhos em puro instinto.

"Estou errado?" Neguei ainda meio aérea sentindo a ponta dos seus dedos tocarem minha mão direita.

"Olhe em meus olhos e diga que eu sou a exceção a regra." O encarei com o coração acelerado e observei cada detalhe em seu rosto.

"Diga." Estávamos muito perto, de uma forma até mesmo perigosa e eu não sabia se conseguia me segurar.

"Você é." Sussurrei olhando agora em seus olhos que brilhavam pra mim. Seu sorriso começou tímido e então acabou tomando conta de todo o rosto.

"Já tive o que queria." Ele disse se levantando da cadeira ao meu lado me assustando e parando ao lado dos amigos. "Agora está pronta pra conhecer nosso maior segredo?"

Olhei bem pra cada um deles. Todos eram intrigantes. Pareciam rebeldes, perigosos e briguentos mas algo me dizia que havia mais coisa embaixo da superfície. Eles um ao lado do outro se encaixavam perfeitamente e pareciam um grupo de amigos que eu gostaria de conhecer. Mas não sei se era pelos olhares deles ou pela postura de cada um que me fez perceber que o que eles faziam não era coisa boa.

Assenti sentindo um arrepio estranho percorrer minha pele, como um aviso de que ainda dava tempo de desistir mas algo em mim sempre adorou um mistério e aquele bem na minha frente eu sentia necessidade de desvendar.

Assim que me levantei da cadeira e passei a caminhar junto com os quatro novamente o arrepio se fez presente. Olhei para os lados vendo todos manterem o olhar sobre mim e então percebi do que se tratava aquele estranhamento. Eu estava gostando. Todo o meu interior estava delirando com aquela adrenalina e excitação. Eu queria mais e cheguei a duvidar de mim mesma, porque enquanto caminhava com eles me pareceu tão certo estar ali, fazer parte de tudo aquilo que eu nem sabia o que era. Podia estar ficando maluca mas senti que era ali que eu pertencia e foi completamente insano o sorriso que eu recebi de cada um dos quatro, porque era como se eles soubessem exatamente o que estava acontecendo comigo.

Era loucura não era? eu era uma ovelha inocente indo em direção a cova do lobo e estava simplesmente adorando aquilo. E então talvez eles estivessem certos, eu poderia no fundo não ser a boa garota como achava que era.





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