CAPÍTULO DEZENOVE

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O que estava escrito na carta que Hanna recebeu pensando que era minha? Um monte de merda

Quem mais faz parte do grupo de tranficantes do colégio?

Quem é o líder?

Quem tirou as fotos de Hanna? Jack

Quem era ou é o amante de Hanna?

Por que tentaram me culpar? Eu era próxima a Hanna, sua melhor amiga, a garota perfeita para lhe atingir em cheio.

Por que me mostraram o lugar secreto deles?É importante que eu saiba, por ser popular, filha do prefeito e porque Daniel gostou de mim.

Quem é Daniel Kurt?

Eu tinha a resposta para três das minhas oito perguntas. Não era reconfortante. Depois que descobri que Jack que tirou as fotos de Hanna saí do bar sem hesitar. Foi difícil deixar Daniel gritando meu nome enquanto eu saia com Hanna no carro mas era oque eu tinha que fazer, não conseguia ficar perto deles naquele momento. Depois de passar a madrugada inteira pensando eu decidi que era exatamente o que eu não devia fazer, me afastar. Eu estava ganhando respostas porque estava vivenciando aquilo, estava fazendo parte do jogo. Não era momento pra me assustar, eu estava no meio do fogo cruzado não podia ser mais uma garotinha assustada. Alguns desconfiavam que eu estivesse tendo algo com Daniel  mas pra muitos uma patricinha mimada sempre precisava de drogas, então meu interesse neles só podia ser esse.

 Eu ainda precisava saber muito e aos poucos sentia que conseguia a confiança de Makaila e a simpatia de Trish. Com Jack era mais difícil, depois de saber das fotos e que era muito provável que ele que vazou tudo eu não conseguia lhe olhar sem pensar nisso. Cada dia mais eu me sentia mais fora de mim e vivendo algo que eu nem mais sabia o que era. Viver todos os dias tentando parecer forte e determinada não era algo em que eu estava acostumada. Eu estava bem na minha zona de conforto antes de tudo aquilo revirar minha vida. Mas agora havia muita coisa em jogo, Hanna estava em perigo e agora seu bebê também.  Por isso eu não podia recuar. 

Estava em frente a escola me sentindo mais confortável por poder usar jaqueta jeans em vez de casacos pesados. Foi quando eu vi ele chegando.  A vontade de lhe beijar surgiu naquele momento. Seus toques em meu corpo eram algo tão comum no meu dia a dia que parecia que sempre uma parte dele estava em mim. Pode parecer loucura mas os momentos em que eu estava com Daniel eram os únicos que eu me sentia eu mesma. Ele me fazia mais alegre e ansiosa só de olhar em meus olhos. Ele era perigoso e fazia coisas que eu nem podia imaginar quão más poderiam ser. Mas eu descobriria, em algum momento eu iria descobrir e talvez todo esse encanto acabasse. Por enquanto eu gostava de sentir minha barriga dar cambalhotas só de sentir sua mão encostar na minha e ele me puxar para entrar no colégio cambaleando. 

Logo depois do dia do bar foi difícil me aproximar novamente dele. Era como se sempre um escudo pudesse se formar ao seu redor no momento em que ele bem entendesse. Passei uma semana explicando que saí daquele jeito desesperado porque tinha horário pra chegar em casa. Ele sabia que havia algo a mais que isso mas depois de alguns dias cedeu e acabou me beijando na sala de aula quando todos já haviam saído e eu falava sem parar. Eu sei que o conquistei de alguma forma e ele havia feito o mesmo comigo. Estávamos nos aproximando cada vez mais  e eu podia sentir algo crescendo dentro de mim mas tinha medo só de pensar na hipótese, por isso era melhor só deixar as coisas fluírem. 

Assim que a porta do zelador fechou nossos lábios se juntaram num beijo calmo e atencioso. Suas mãos tocavam minha cintura com delicadeza enquanto eu fazia carinho em seu pescoço quente. Passamos alguns minutos nos beijando até os toques em minha cintura ficarem mais firmes  e minhas mãos mais inquietas. O beijo foi aprofundando até minhas costas baterem na parede, nossos corpo acabaram ficando colados enquanto nossas respirações aceleradas não deixavam que nosso beijo voltasse a um ritmo calmo. 

"Calma." Ele pediu sorrindo olhando pro chão. Sorri sabendo que ele estava tentando se controlar. 

"Está cada vez mais difícil beijar na sala do zelador." Disse tentando me afastar de todas as vassouras e esfregões. 

"Você pode ir pra minha casa hoje." O olhei surpresa me perguntando se tinha ouvido certo. 

"Sério?" Meu sorriso brilhava só de imaginar ver o quarto de Daniel e entrar um pouquinho mais em seu mundo. 

"Sério, boba." Suas mãos tocaram meu rosto com cuidado.

"Droga! eu não posso. Já é outono." 

"E..." 

"Eu tenho balé." Daniel não aguentou uma gargalhada e eu tive que tapar sua boca com a minha mão para ele não chamar atenção.

"Sério isso?" Ele perguntou com a voz abafada pela minha mão.

"Sim, é sério." Finalmente tirei minha mão e lhe calei com meus lábios. Ainda era estranho pra mim poder fazer isso. Claro que era escondido e só fazia umas duas semanas todo esse amor secreto mas ainda assim era surpreende e animador pra mim.

"E nem tente me impedir." 

"Jamais faria isso. Se é o que ama fazer e prefere fazer ao invés de ficar comigo, eu aceito." Revirei os olhos sentindo seu drama e acabei dando de ombros.

" Você ainda pode tentar me convencer de desistir." Disse abrindo a porta do zelador sorrindo pra ele.

Assim que me virei não esperava dar de cara com Hanna no corredor. E ela não estava com uma expressão nada amistosa. 

"Precisamos conversar." 

"Tudo bem." Disse assentindo e esperando que ela falasse.

"Aqui não." Ela foi em direção ao banheiro e assim que eu fechei a porta sua voz mudou de tom explodindo contra mim.

" Que merda é essa que tá acontecendo entre você e Daniel Kurt?" Era óbvio que ela sabia. Hanna tinha visto nosso beijo no bar. Ela me conhecia bem pra sabe que eu estava mudando. Além de claramente assim como todos do colégio perceber minha aproximação com ele. Nós conversávamos durante o intervalo na sala de aula, as vezes no pátio depois do almoço ou no corredor. Nada fora do normal mas pra quem sabe até quando eu estou de tpm, Hanna podia muito bem perceber numa troca de olhares com Daniel que eu estava bem...envolvida. E por me conhecer tão bem eu sabia que a pergunta na verdade era que merda estava acontecendo comigo.  

Minha boca até se abriu tentando proferir alguma resposta mas nada saiu porque a verdade doía até em mim. Eu simplesmente não sabia que merda estava acontecendo comigo e ao olhar nos meus olhos Hanna só fez uma simples pergunta.

"Você não está se apaixonando por ele está?" Era como se ela tivesse acertado a flecha bem no alvo. Meu coração acelerou e a resposta dessa pergunta estava entalada na minha garganta. Podia ver a dor em seus olhos só de imaginar a resposta que sairia. 

"Não, claro que não." Disse tentando controlar minha respiração. E o abraço de Hanna foi um alívio no meio daquela tensão.

"Ótimo, porque nenhum deles é confiável. Você sabe disso, se deixar apaixonar é como assinar um contrato pra ter o coração partido." Fechei os olhos tentando controlar as emoções enquanto minha melhor amiga me abraçava. 

"Eu preciso te contar as novidades, vê se me liga mais tarde." Assenti e logo depois ela saiu do banheiro me deixando sozinha num completo silêncio. Me olhei no espelho e tentei me acalmar.

"Eu não vou me apaixonar por ele. É só um jogo pra ele e deve ser só um jogo pra você. É isso." Soltei o ar que tanto prendia devagar e tentei ignorar meu coração que ainda batia acelerado. 

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