CAPÍTULO VINTE DOIS

116 13 0
                                    

Escrevia algumas coisas se passavam pela minha cabeça depois do fato ocorrido no quarto de Daniel:

Daniel podia estar super preocupado comigo e havia conseguido o contato do meu pai para buscar informações sobre minha segurança. Isso explicava ele saber que eu estava na casa de Hanna, evitando a hipótese dele mesmo estar me seguindo.

Era muito ridículo só de pensar nessa possibilidade.

Risquei do meu caderno com força.

Daniel podia estar com problemas financeiros, inventando algum projeto social ou até planejando algum evento! E entrou em contato com meu pai para conseguir autorização da prefeitura ou algo assim.

Ele era traficante de drogas nunca entraria em contato com a prefeitura sem mais nem menos.

Risquei com tédio.

Daniel podia estar ameaçando meu pai.

Risquei sorrindo. Era óbvio que era uma sentença de morte fazer tal fato ao meu pai, não só por se tratar de um prefeito mas sim por ser meu pai.

"O que está fazendo você sorrir desse jeito?" Beth entrou no meu quarto sorrindo e eu agradeci por ser minha governanta.

"Bobagens." Fechei o caderno me ajeitando na cama.

"Não vai jantar hoje?" Adorava quando Beth arrumava meu cabelos.

"Estou sem fome."

"Posso trazer algo aqui pro quarto."

"Sério ?" Minha expressão de felicidade fez Beth sorrir largo.

"Vou estar me arriscando mas você parece com fome e sei que está com problemas com seus pais."

"Sabe?"

Ela assentiu me olhando com compaixão. Era bem óbvio que eles estavam cansados de exigir uma obediência que eu não estava disposta a dar. O fato deles estarem jantando sem mim já era um aviso. Tudo funcionava assim na casa dos Laurence. Era como viver num campo minado, traçando sempre estratégias pra não explodir uma bomba.

Assim que Beth saiu do quarto acabou deixando Bambi entrar e me alegrar com seu rabo a balançar. Me permitir recobrar as lembranças dessa tarde com Bambi no meu colo.

" Você tem certeza que não está apaixonada por mim?"

"Deixe de ser tão convencido, seu sorriso já diz que não sou a apaixonada aqui." Amava a forma como ele sorria e como me fazia sentir.

Ele me respondeu com um beijo lento enquanto sua mão deslizava pela minha perna coberta pela meia calça do balé. Eu tinha medo de estar me apaixonando, nunca havia sentido nada igual na minha vida. Era como pular de uma montanha e não fazer ideia do que a aguarda em baixo.

"Daniel..." Eu ia lhe perguntar sobre o cartão. Ia lhe questionar diretamente sobre o que aquilo significava. Mas então eu lembrei que não podia. Lembrei que aquilo era um jogo e me senti mal. Me senti suja. Eu estava o enganando, manipulando só pra conseguir respostas. Era cruel e desleal. Me perguntei numa breve fração de segundo se estava fazendo a coisa certa.

Agora deitada em minha cama com Bambi em meus braços não sei se continuar a beija-lo foi a melhor escolha. Eu não era essa garota manipuladora que fazia de tudo pra conseguir o que queria. Eu fui criada pra seguir regras mas desde o dia da detenção parece que o incorreto me parece mais interessante. Desde a detenção alguma coisa tem me atraído pro proibido e me fazendo agir de formas incoerentes ao meu próprio conceito.

Daniel não era o melhor dos caras mas ele não merecia o meu lado mais desonesto. Pensei por um segundo enquanto o beijava naquele momento em lhe contar a verdade sobre tudo. Mas agora pensando com mais clareza se dissesse o perderia. Ainda tinha tantas perguntas e cada vez mais apareciam. Não podia simplesmente jogar tudo pro alto e ignorar os problemas. Novamente abri meu caderno olhando as perguntas feitas a dias atrás e também minhas respostas estúpidas. Acrescentei as respostas com força, percebendo que toda aquela situação me causava revolta .

LovesickOnde histórias criam vida. Descubra agora