EPÍLOGO

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Nota da autora: Nem acredito que esse é o final oficial da história! Sempre imaginei que acabasse exatamente assim: vinte e oito capítulos mais o epílogo. Feliz por estar entregando essa história na qual significado se tornou maior do que eu esperava. Obrigada de coração a todos que acompanharam e se empolgaram junto comigo. Até a próxima e mil beijosss!  

QUATRO ANOS DEPOIS:

"Vocês não imaginam a alegria que estou em inaugurar essa escola aqui na comunidade Franciere. Anos atrás eu passei por essas ruas sem nenhum saneamento e agora que vejo toda a mudança que proporcionamos me emociono de verdade." Aplausos encheram o ambiente. "A educação da cidade sempre será minha prioridade número um! Eu quero que todas as crianças possam ver horizontes a medida que cresçam, quero que possam lutar e ter um objetivo maior que armas e drogas." A população gritava e aplaudia. Respirei fundo para não me emocionar demais. 

Descer do palanque sempre era a parte mais difícil, não sabia se atendia minha assessoria ou as pessoas que chegavam em mim por cima dos seguranças. 

"Temos uma reunião em quarenta minutos." Minha assistente falou enquanto eu tentava fazer qualquer coisa. Sempre depois dos discursos minha cabeça não processava bem, era muita energia liberada ao mesmo tempo. Aquilo era minha vida inteira em minutos. 

"Querem saber se posso liberar as informações." Meu outro assessor disso no meu ouvido. 

Política. Quem diria não é mesmo papai? 

A mais nova vereadora da cidade estava entre as candidatas mais influentes a prefeitura. Meu pai estava apoiando o escolhido pelo seu partido e eu não esperava diferente. Desde que viajei anos atrás paramos de nos falar, não que tivesse feito muita diferença já que ele sempre foi muito ausente mas me doía um pouco saber a razão daquilo. Sua vida política estava acima de qualquer relacionamento, mesmo que fosse com a própria filha. E agora que estamos no mesmo meio e somos ainda por cima oposição entendo sua obsessão, esse mundo de fato pode nos cegar. Acho que o que mais me ajudou foi minha relação com Hanna, Beth e minha mãe. Meu pilar que me fez superar todo o machismo que enfrentei na eleição e no dia a dia. Se havia algo que eu sabia fazer bem era ser rebelde e não tinha medo de lutar pelos meus ideais. Enquanto viajava decidi fazer ciências políticas mas aprendi mais vivenciando outras coisas da vida. Entre o tanto que aprendi foi que meu pai estava certo. Não existe meio termo na política. E eu escolhi o lado oposto. Investi nos projetos sociais que almejava e estava começando a ousar me metendo onde não era chamada. Investir na educação era meu próximo passo e a principal proposta da minha campanha para prefeitura. Percebi que seria extremamente infeliz aceitando toda a desgraça dessa cidade como se fosse merecedora e tinha outro fator que me incomodava mais. Não aguentaria acatar as ordens do meu pai. Agora vejo quão bom era Daniel no que fazia. 

Sempre soube que tinha que criar as minhas regras e seguir os meus planos. Meu partido era muito novo e quem de fato o liderava até o momento era Diana Laurence. Não quero parecer arrogante mas eu sou boa no que faço. Mas quanto as informações....

"Liberem a primeira parte." Disse no ouvido no assessor. "Temos que esperar mais um tempo para o principal." 

Jogo sujo. Para tentar fazer o certo eu tinha que brincar com os lobos. Obrigada papai pelos ensinamentos, estão sendo úteis. Aliais as informações eram sobre o partido sujo no qual meu pai liderava. Nós dois chegamos a ser notícia recorrente em todo o estado. Não é pra tanto, familiares próximos em partidos opostos, visando objetivos completamente diferentes e se confrontando diariamente. Era polêmico. Não gostava daquilo, sentia falta da minha paz. Mas era necessário. 

Repórteres era uma das coisas mais difíceis de conviver. Odiava aquilo. Mas talvez o fato de ser um rostinho bonito ajudasse na hora que o cansaço que abatia.  Jogar meu jogo não era de forma alguma mais fácil, era duas vezes mais difícil. Mas era prazeroso. Eu tinha muito medo de me perder, de me corromper e esquecer o que estava fazendo ali. Minha amizade com Hanna era um lembrete constante do que eu almejava. Seu filho já estava enorme e era um bestinha. Ela  e Bryan acabaram voltando a namorar e estão juntos a um ano. Pra minha alegria, eu quase morri quando soube! Não tenho notícias dos quatro encrenqueiros. Tentei procurar Makaila mas ela não morava mais no mesmo local, eu esperava de verdade que estivessem bem. 

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