CAPÍTULO OITO

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Meus olhos estavam fechados, minha garganta travada, minha respiração acelerada e eu só conseguia chorar. Quando finalmente percebi que ele havia me soltado, olhei em volta ainda ajustando minha visão a claridade da sala do zelador. Assim que o olhei não hesitei em descontar toda a raiva que sentia. Bati em Daniel com toda a força que sentia, ele não fez nada apenas me observou liberar toda a raiva acumulada.

"Me tire daqui!" Gritei desesperada ainda lhe esmurando. Sua calma estava me deixando ainda mais irritada e eu quis muito lhe machucar quando suas mãos perderam meus punhos com tanta facilidade.

"Não vamos sair daqui até você se acalmar." Ele disse ainda com a respiração irregular.

"Vai pro inferno!" Eu nunca havia falado daquele jeito com alguém, nunca havia sentido raiva de alguém como sentia de Daniel.

"Eu com certeza vou, amor." Seu sorriso agora que enojava e eu queria muito bater naquele rostinho bonito.

Puxei meus punhos querendo me livrar do seu toque e quando ele me soltou fiz questão de me afastar o máximo dele.

"Está com medo de mim?" Perguntou cruzando os braços.

"Estou." Admiti sentindo meu coração acelerar.

"Não vou machucar você."

"Eu não tenho certeza disso." Ele já estava me machucando e nós nem havíamos passado vinte e quatro horas juntos. Daniel Kurt era mesmo uma bomba explosiva que destruía tudo ao seu redor.

"Não vou tocar mais em você até que me peça." Foi a minha vez de sorrir revirando os olhos.

"Você acha mesmo que eu vou querer que você me toque? Eu te desprezo."

"Estou lisonjeado." Disse colocando uma mão no peito, mais debochado impossível.

Me encostei da parede da minúscula sala cruzando os braços. Ficamos em silêncio observando tudo menos um ao outro, estava ficando quente e entediante ali. A raiva ainda circulava em meu corpo e eu queria muito sair logo de perto dele.

"Você pode acabar com isso e me deixar ir embora?"

"Não." Respondeu sem me olhar.

"O reitor vai fazer a revista a poucos minutos." Disse mesmo sem ter certeza se aquilo era verdade.

"O reitor não faz revistas Diana, ele não está nem aí pra os deliquentes que frequentam a detenção."

"Mas eu não sou como vocês, ele vai fazer a revista pra checar se eu estou bem."

"Você se acha muito especial não é? Acha que é primeira patricinha a frequentar a detenção? Se acha, está errada." Seu tom de voz era cortante e eu me encolhi mais em meu canto.

Fechei meus olhos tentando meditar e esqueci completamente onde estava mas era impossível fazer isso sabendo que Daniel Kurt estava bem a minha frente.

"Qual o objetivo disso?" Perguntei já sentada no chão cansada de forçar minhas pernas a ficarem em pé.

"Quero que você me desculpe." Ele disse num sussurro mas eu pude escutar muito bem.

"Achei que você não se importasse." Ele sentou também me obrigando a olhar em seus olhos.

"Também achei isso, é estranho eu me importar."

"Você sabe que não vai ganhar a aposta não é?" Seu sorriso foi tão sincero que quase me fez sorrir junto.

"Eu não apostei branquela." Ele disse tirando fiapos do seu jeans rasgado.

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